Eleições no Ceará são marcadas por resistência e apoio à esquerda

O Ceará não decepcionou. Em eleição histórica e acirrada, o Estado ratifica sua natureza de resistência e defesa do povo, ajudando a consolidar, a nível nacional, um segundo turno e elegendo proporcionalmente o governador mais votado do Brasil.

Eleiçoes voto

Os cearenses não decepcionaram nas urnas. Confirmando o que era apontado pelas pesquisas o governador Camilo Santana (PT) foi reeleito, já no primeiro turno, para mais quatro anos de mandato, com ampla vantagem em relação ao segundo colocado, General Theophilo (PSDB). Camilo conquistou 79,95% dos votos válidos e tornou-se, proporcionalmente, o candidato mais votado do País no primeiro turno. General Theophilo (PSDB), apoiado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), terminou em segundo lugar com 11,30%, seguido por Hélio Góis (PSL), com 6,53% dos votos e Ailton Lopes (Psol), com 2,10%.

Ceará atípico

Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, recebeu 40,96% dos votos válidos no estado. Em segundo, ficou Fernando Haddad com 33,11%. Jair Bolsonaro foi o terceiro na preferência dos cearenses, somando 21,75%.

O Ceará, berço político do pedetista, foi o único estado que deu vitória a Ciro. No Rio de Janeiro e no Distrito Federal, ele ficou em 2° lugar, atrás de Bolsonaro, enquanto, no Nordeste, Haddad venceu em todos os outros estados.

Senado

O Ceará registrou a maior votação para um senador. O ex-governador Cid Gomes (PDT) conquistou mais de 3,2 milhões de votos e tornou-se o congressista mais votado do Estado. E

A segunda vaga foi a surpresa da apuração no Ceará. Disputada voto a voto, Luís Eduardo Girão (PROS) derrotou Eunício Oliveira (MDB), atual presidente do Senado que, na eleição passada, era o recordista para o cargo e havia sido eleito com 2,6 milhões votos.

Assembleia Legislativa

A renovação de nomes que disputaram vagas de deputado estadual foi menor se comparada à eleição anterior. Enquanto 29 parlamentares garantiram suas reeleições, 17 candidatos foram eleitos pela primeira vez, o que representa 37%, de taxa de renovação. Em 2014, este índice chegou a alcançar mais de 50%. O PCdoB manteve suas duas vagas na Casa Legislativa, reconduzindo aos cargos a deputada Augusta Brito e o deputado Carlos Felipe.

Câmara dos Deputados

A bancada cearense na Câmara dos Deputados teve 60% de renovação. Dos 22 deputados federais que disputaram o pleito, apenas nove foram reeleitos. Entre os mais votados estão Capitão Wagner (Pros), Célio Studart (PV), Luizianne Lins (PT), José Guimarães (PT) e Mauro Filho (PDT).

Vaidon Oliveira (Pros), com pouco mais de 30 mil votos, foi o menos votado que conseguiu entrar na acirrada disputa. Ele recebeu menos votos do que todos os dez deputados federais que não se reelegeram: Ronaldo Martins (PRB), Aníbal Gomes (MDB), Adail Carneiro (Podemos), Gorete Pereira (PR), Chico Lopes (PCdoB), Danilo Forte (PSDB), Cabo Sabino (Avante), Raimundo Matos (PSDB) e Antônio Balhmann (PDT) e Odorico Monteiro (PSB).

Deputados federais eleitos pelo CE

Capitão Wagner (Pros) – 6,61% (303.593)
Célio Studart (PV) – 4,55% (208.854)
Luizianne (PT) – 3,78% (173.777)
Guimarães (PT) – 3,77% (173.039)
Idilvan (PDT) – 3,36% (154.338)
Mauro Filho (PDT) – 3,43% (157.510)
AJ Albuquerque (PP) – 2,88% (132.319)
Robério Monteiro (PDT) – 2,86% (131.275)
Moses Rodrigues (MDB) – 2,80% (128.526)
Pedro Bezerra (PTB) – 2,59% (119.030)
Genecias Noronha (Solidariedade) – 2,47% (113.515)
Domingos Neto (PSD) – 2,42% (111.154)
Denis Bezerra (PSB) – 2,31% (111.154)
André Figueiredo (PDT) – 2,25% (103.385)
Roberto Pessoa (PSDB) – 2,23% (102.470)
Leônidas Cristino (PDT) – 2,23% (102.417)
Heitor Freire (PSL) – 2,12% (97.201)
Eduardo Bismarck (PDT) – 1,89% (87.009)
José Aírton (PT) – 1,61% (87.009)
Júnior Mano (Patriotas) – 1,48% (67.917)
Dr. Jaziel (PR) – 1,42% (67.917)
Vaidon Oliveira (Pros) – 0,66% (30.392)

Deputados estaduais eleitos

André Fernandes (PSL) – 2,40% (109.742)
Queiroz Filho (PDT) – 2,27% (103.943)
Sérgio Aguiar (PDT) – 2,21% (100.922)
Fernando Santana (PT) – 2,09% (95.665)
Salmito (PDT) – 2,00% (91.293)
Romeu Aldigueri (PDT) – 1,95% (89.026)
Érika Amorim (PSD) – 1,89% (86.320)
Evandro Leitão (PDT) – 1,83% (83.486)
Moisés Braz (PT) – 1,83% (83.477)
Guilherme Landim (PDT) – 1,82% (83.215)
Dr. Bruno Gonçalves (Patriotas) – 1,81% (82.515)
Danniel Oliveira (MDB) – 1,78% (82.515)
Zezinho Albuquerque (PDT) – 1,73% (79.488)
Renato Roseno (Psol) – 1,62% (74.174)
Dr. Sarto (PDT) – 1,51% (68.937)
Elmano Freitas (PT) – 1,50% (68.543)
Augusta Brito (PCdoB) – 1,47% (67.150)
Marcos Sobreira (PDT) – 1,47% (67.008)
Aderlania Noronha (Solidariedade) – 1,45% (66.033)
Leonardo Araújo (MDB) – 1,42% (64.780)
Vitor Valim (Pros) – 1,39% (63.641)
Agenor Neto (MDB) – 1,35% (61.543)
Dra. Silvana (PR) – 1,34% (61.241)
Patrícia Aguiar (PSD) – 1,32% (60.228)
Fernanda Pessoa (PSDB) – 1,27% (58.275)
João Jaime (DEM) – 1,23% (56.661)
Heitor Férrer (Solidariedade) – 1,19% (54.532)
Tin Gomes (PDT) – 1,16% (53.050)
Osmar Baquit (PDT) – 1,16% (52.942)
Jeová Mota (PDT) – 1,14% (52.2990)
Nezinho Farias (PDT) – 1,08% (49.482)
Antônio Granja (PDT) – 1,08% (49.147)
Fernando Hugo (PP) – 1,07% (49.111)
Audic Mota (PSB) – 1,07% (49.050)
Bruno Pedrosa (PP) – 1,07%% (48.927)
Leonardo Pinheiro (PP) – 1,07% (48.713)
David Durand (PRB) 1,00% (45.795)
Nelinho (PSDB) – 0,94% (42.779)
Acrísio Sena (PT) – 0,61% (27.842)
Apóstolo Luiz Henrique (Patriotas) – 0,68% (31.130)
Nizo (Patriotas) – 0,54% (24.759)
Delegado Cavalcante (PSL) – 0,59% (27.110)
Dr. Carlos Felipe (PCdoB) – 0,79% (35.895)
Walter Cavalcante (MDB) – 0,73% (33.159)
Soldado Noelio (Pros) – 0,54% (24.591)
Julinho (PPS) – 0,56% (25.769)

Mais

Camilo conquistou quase 80% dos votos válidos. Entre os destaques aparecem em segundo lugar o governador reeleito de Alagoas, Renan Filho (MDB), com 77,3%, e Rui Costa (PT), na Bahia, com 75,4%.

A decisão da segunda vaga para o Senado só foi confirmada com mais de 99,7% de urnas apuradas. A vantagem entre Girão e Eunício ficou menos de 0,2 ponto percentual, o que equivale a 11.993 votos.

O índice de abstenções no Ceará neste primeiro turno foi de 17,3%, bem menor que a resgistrada no pais, que alcançou 203% do eleitorado, o maior percentual desde 1998.