Publicado 05/12/2018 20:54
“Nós pudemos perceber que o Partido Comunista do Brasil se transformou numa organização mais forte, mais representativa, com maior penetração na sociedade e nos movimentos sociais do Brasil. Essa incorporação é também uma resposta política à onda conservadora que crê que, criando obstáculos à existência plena de partidos políticos, se poderia ter um sistema mais eficiente, mais representativo”, destacou Orlando Silva.
No último domingo (2), numa sessão conjunta das direções do PCdoB e do congresso do Partido Pátria Livre, o PPL foi incorporado ao Partido Comunista do Brasil. A celebração política contou com a presença de militantes das duas legendas, lideranças populares, sindicais e de dirigentes nacionais dos partidos.
De acordo com Orlando Silva, muitos combatentes de ambos os partidos tiveram “na sua história as marcas do período de trevas (período de repressão política). “Todos nós vivemos um grande encontro, encontro de duas correntes políticas que agora se abrigam no mesmo manto, o manto do Partido Comunista do Brasil”, salientou o líder da Bancada Comunista na Câmara.
O parlamentar lembrou das origens revolucionárias do Partido Pátria Livre nos anos 60, lutando pela retomada da democracia no Brasil. “Teve uma organização batizada em homenagem a um líder revolucionário importante, o Ernesto Che Guevara, que caiu nas selvas da Bolívia em 8 de outubro. E daí se formou o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, MR-8”.
A participação da militância do PPL na resistência, nos anos 70 e 90, também foi destacada por Orlando como importante legado. “Um dos seus principais líderes, o Claudio Campos, foi um dos últimos presos políticos a serem libertados no Brasil”.
A incorporação do PPL ao PCdoB, neste período de retrocessos e conservadorismo, se aproxima das bandeiras dos comunistas, como uma corrente política com raízes nos movimentos sociais, no movimento sindical, no movimento juvenil, no movimento popular, que está constituída em todos os Estados da Federação.
“Nós do PCdoB acreditamos que a necessidade é a de conectar a política, os partidos e os políticos com a sociedade. E isso não se dará excluindo da cena política nenhuma corrente, mas se dará à medida que partidos, políticos e a política incorporem na sua agenda temas centrais da vida nacional, defendam verdadeiramente o interesse da Nação brasileira, ampliem a participação popular”, disse Orlando ao reafirmar a necessidade de reaproximação da população com a política.
O encontro das duas legendas é uma resposta política, porque qualifica o PCdoB a plenamente exercer a sua atividade parlamentar, com todas as prerrogativas que os partidos políticos que superaram a cláusula de desempenho podem ter para exercer plenamente os mandatos.
Orlando Silva demonstrou gratidão aos camaradas do Partido Pátria Livre pela incorporação. E reforçou que PPL e PCdoB irão fortalecer a presença de comunistas e progressistas na cena política do Brasil.
“Como disse no domingo, nós vemos esse encontro como o Solimões e o Rio Negro se encontram e formam o grande rio Amazonas, duas correntes políticas que têm história e presença na luta popular e que agora se incorporam sob o mesmo manto de Partido Comunista do Brasil”, concluiu o líder do PCdoB na Câmara.