OLP repudia “estrada do Apartheid” aberta por Israel

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) condenou nesta sexta-feira (11) a recém-inaugurada estrada israelense na Cisjordânia ocupada que separa palestinos de colonos com um muro. Apelidada pelos palestinos e imprensa internacional como "estrada do Apartheid", a via dificulta ainda mais a circulação da já segregada população palestina.

Estrada do Apartheid

"A criação desta nova estrada do 'apartheid' confirma a determinada intenção de Israel de garantir e sobrepor seu regime colonial racista da Grande Israel em toda a Palestina histórica", declarou Hanan Ashrawi, integrante do Comitê Executivo da OLP.

A rota 4370, de 3,5 quilômetros e que conecta assentamentos israelenses com o norte de Jerusalém, divide com um muro de separação de oito metros de altura uma via para os palestinos que não têm permissão para entrar na cidade e outra para os colonos residentes na Cisjordânia ocupada. As autoridades israelenses inauguraram nesta semana a estrada a fim de descongestionar o tráfego dos atuais acessos que conectam a Cisjordânia com a cidade de Jerusalém. A Margem Ocidental ocupada tem muitas estradas segregadas, mas esta é a primeira dividida por um muro em toda a sua extensão. Financiada pelo Ministério dos Transportes de Israel, a estrada foi construída há mais de dez anos, mas permaneceu fechada devido a um diferendo entre o Exército e a Polícia israelitas sobre quem forneceria o pessoal para um novo checkpoint [posto de controlo] aberto por causa da estrada – que foi renovada recentemente.

O ministro de Segurança Pública israelense, Gilad Erdan, disse que a estrada "é um exemplo da capacidade de criar uma vida comum entre israelenses e palestinos ao mesmo tempo em que se abordam os problemas de segurança", segundo o jornal israelense "Haaretz".

Já para o cartógrafo palestino Khalil al Tafakyi é um "prelúdio para deslocar os palestinos da região e começar a construção de assentamentos no chamado corredor E1", um polêmico projeto urbanístico para conectar Jerusalém com o assentamento israelense de Ma'ale Adummim em território palestino ocupado, segundo disse ao jornal "Al Quds".

A OLP convocou a comunidade internacional para enfrentar o que considera "evidentes manifestações de racismo colonial" e para "responsabilizar Israel por seu ilegal unilateralismo e crimes de guerra com medidas concretas efetivas, como sanções".

Além disso, Ashrawi reprovou o apoio do atual governo dos Estados Unidos, "que inclui o apoio de graves violações de Israel e o desprezo total pelo direito internacional e pelo consenso global".

"Todos os dias, Israel está reafirmando seu status como um Estado desonesto que atua com contínua impunidade. Está burlando o direito internacional e todos os estados que continuam fazendo pouco caso das suas violações", criticou a veterana política palestina.

Fontes: EFE e AbrilAbril