Unegro promove primeiro encontro 'Liberdade Religiosa' em Sorocaba

'Liberdade Religiosa' foi o tema do 1° Encontro Inter-Religioso promovido pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro), realizado no último dia 28/01, no Clube do Sindicato dos Servidores Públicos de Sorocaba, e representou um momento de escuta e união. Ao contrário do debate acalorado do convencimento, foi celebração da possibilidade do convívio harmonioso entre as diversas formas de construção da Divindade.

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Em alusão ao Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, comemorado anualmente em 21 de janeiro, e com objetivo de promover um diálogo apresentando os trabalhos humanitários, o encontro contou com a presença e fala de líderes e representantes de algumas doutrinas religiosas, como o babalorixá Nivaldo de Logunede, do Ilê Alaketu Asé Omo Logunede- candomblé-Ketu, que abriu o encontro falando da divinização do sagrado, da ligação entre o humano e o divino e sobre a influência que as religiões de matriz africana sofreram por outras religiões, resultando em algumas modificações do Candomblé na forma como é visto hoje, além do distanciamento da África e o aculturamento sofrido pelo povo negro.

Budista, Gleice Marciano, contou que o Budismo é o estudo do sofrimento da vida e a busca das soluções a partir do descobrimento de si mesmo. “Quando assumimos nossa responsabilidade por nós mesmos damos os primeiros passos para uma revolução interna, atingindo assim, a tradução do que também é “Buda”: estado de vida e sabedoria que todos podem alcançar.”

Mila de Paula, da Igreja Batista, corrige o pensamento que iguala todas as religiões pentecostais e neopentecostais como evangélicas, dizendo que “a Igreja Batista tem seu embrião no protestantismo e uma das suas principais doutrinas é o batismo, denominação referida a João Batista, aquele que batizou Jesus Cristo. A Igreja Batista é anterior ao movimento da Reforma Protestante, tendo a Bíblia como orientação para o desenvolvimento da fé e Jesus Cristo como exemplo de vida e modelo a ser seguido."

O professor, Danilo Barros, traz a Cabala como uma ciência, “a forma de falar de você e de mim e de todos nós”. Mas não uma ciência abstrata, e sim concreta porque diz “como fomos criados e como funcionamos em níveis mais elevados de existência e que a partir desse conhecimento poderemos achar o caminho para um desenvolvimento pessoal e espiritual”.

Sobre preconceito e perseguições, os líderes religiosos presentes atribuíram essas violências a falta de conhecimento das pessoas sobre suas religiões e filosofias. Junto a esse dialogo também foi pautado o quanto o momento político atual compromete a liberdade de culto, sobre a importância defender e garantir o Estado Laico e as liberdades individuais no que tange a construção e prática da fé.

A ideia do encontro foi sistematizar uma roda de conversa com líderes religiosos de diversas designações, promovendo e fomentando um diálogo positivo e empático em busca de uma cultura de paz.