Jandira Feghali diz que discurso de Sergio Moro ´escorreu pelo ralo´ 

A deputada federal e líder na Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali, analisou como um desastre o recuo do ministro da Justiça, Sergio Moro, na nomeação da especialista Ilona Szabó ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Por Iram Alfaia
 

Jandira feghali - Foto: Reprodução/Flickr

Pressionado por Bolsonaro, que ficou irritado com a escolha pelo fato da especialista ser defensora do desarmamento, Moro voltou atrás.

“O recuo do ministro mais uma vez mostra que seu discurso escorreu pelo ralo tem tempo. O valor técnico, tão amplamente defendido pelo governo, não parece ser tão importante assim. Desastre”, criticou Feghali.

Segundo a coluna painel da Follha de S.Paulo desta sexta (1º), Bolsonaro submeteu o ministro a inédito constrangimento interno. “Nem na pasta o episódio foi bem digerido”, diz a coluna.

A situação envolve outro ingrediente que é a participação dos filhos do presidente no episódio. Depois de passar um tempo na retaguarda, por causa do escândalo envolvendo seu ex-assessor Fabricio Queiroz em movimentação financeira atípica, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) criticou duramente a especialista.

“Meu ponto de vista é como essa Ilana Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro? É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode”, disse o senador.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também se envolveu no imbróglio. Ele atacou no Twitter o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, que em solidariedade à cientista política Ilona Szabó, pediu seu desligamento do Conselho.

“Esse é o tipo de pessoa que há décadas dita as políticas de segurança que nos levaram a 62.000 homicídios/ano. Elegemos Bolsonaro para fazer o contrário, não para ser bom moço com quem sempre se lixou para nossas vidas e a de nossos policiais”, disse o deputado referindo-se a Renato Lima.

Em recente café da manhã com jornalistas, Bolsonaro disse que seus filhos não mandam no governo. “Nenhum filho meu manda no governo, não existe isso”, bravejou.