Márcio Pochmann diz que não há futuro decente para o Brasil

Numa perspectiva nebulosa, o economista Márcio Pochmann diz que não há um futuro decente para o país. Segundo ele, fatores como o rentismo, juros altos, condição de mero exportador de commodities e sem investimentos públicos aprofundam a crise econômica.

Marcio Pochmann

Na sua opinião, a queda forçada do investimento público não está sendo compensada pelo empresariado nacional, nem pelo estrangeiro que só compra ativos.

“Queda profunda nos investimentos públicos não tem sido compensada pelo setor privado, pelo contrário. O resultado é a maior dependência externa para o acesso tecnológico, como no caso da bateria recarregável de íon de lítio importada da China para armazenar energia em larga escala”, disse na sua rede social.

Ele faz um paralelo com a situação chinesa. “Com trajetória fantástica de expansão econômica, a China amplia gasto público para evitar produção crescendo abaixo dos 6,5% ao ano. Diferente do Brasil que no seu sexto ano sem expansão econômica e PIB per capita inferior ao de 2014 segue cortando gasto público não financeiro”, explica.

O economista diz que o “modelo triste de sociedade” está em curso desde o golpe parlamentar de 2016, que afastou Dilma Rousseff da Presidência.

No atual cenário, o economista explica que prevalece a maior criação de ocupação informal, “sobretudo onde há rendimento mais elevado no país, ou seja, emprego dependente de renda, cada vez mais concentrada, dos ricos. Verdadeira massa de serviçais às famílias dos enriquecidos”.

Por fim, ele faz uma dura crítica a imprensa brasileira que segue reproduzindo o pensamento único, “iludindo os leitores na busca do consenso neoliberal através da difusão, salvo honrosas exceções, de matérias sem contraditório, impossibilitando a prática democrática do direito ao debate”.