De Olho no Mundo, por Ana Prestes

Um resumo diário das principais notícias internacionais

Brexit
– O Brasil está na presidência rotativa do Brics e a primeira reunião de vice-ministros encarregados de Brics das chancelarias dos países membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) será em Curitiba a partir de hoje, 13, até 15 de março. A reunião vai discutir as prioridades do ano e revisará as iniciativas em curso. O saldo comercial do Brasil com o Brics foi de 30,7 bilhões em 2018 e 23 bilhões em 2017.
 
– Presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, realizou visita a seu homólogo J. Bolsonaro no dia de ontem, 12 de março. Foi emitida uma nota oficial genérica em que se relata a conversa dos dois presidentes sobre combate ao crime organizado transnacional; celeridade na expulsão de criminosos brasileiros do Paraguai; importância da administração conjunta da Usina de Itaipu, como a maior unidade de produção de eletricidade do mundo e esforços no âmbito do Mercosul para fortalecer sua competitividade e relacionamento externo. Em declaração à imprensa, disseram estar “unidos pela liberdade da Venezuela”.
 
– Conforme se esperava, o parlamento britânico rejeitou o acordo do Brexit proposto por T. May ontem (12). É a segunda derrota do plano. Foram 391 votos contrários e 242 a favor. Logo após o resultado, May anunciou que o parlamento poderá votar ainda hoje (13) sobre um Brexit sem acordo. Caso rejeitado, nova votação ocorre amanhã (14) para determinar se o governo britânico deve ou não solicitar à UE o adiamento da ruptura, inicialmente prevista para 29 de março. O adiamento deve ser aceito pelos 27 Estados-membros do bloco. Diante da derrota, os trabalhistas, liderados por Jeremy Corbyn ainda vacilam para pedir novo plebiscito sobre a saída da União Europeia. Comenta-se que Corbyn busca um Brexit “leve”, no qual o Reino Unido permaneceria na união aduaneira e com relação próximo ao mercado comum.
 
– O principal negociador da UE com o Reino Unido sobre o Brexit, Michel Barnier, anunciou ontem (12), após a derrota do acordo no parlamento britânico, que o bloco já fez tudo que podia para ajudar no processo. Segundo ele: “O impasse só pode ser resolvido no RU. Nossas preparações para um Brexit sem acordo agora são mais importantes do que nunca”.
 
– Sobre o apagão elétrico na Venezuela, fruto de sabotagem, a reativação do sistema interligado deverá ser feita manualmente ao longo de mais de 2 mil quilômetros de rede, ativando uma a uma as subestações. O PGR da Venezuela, Tareq Saab, abriu investigação contra o autoproclamado presidente J. Guaidó.
 
– Washington anunciou que ao longo desta semana todos os diplomatas ainda remanescentes na Venezuela serão retirados. Na verdade, estão cumprindo uma determinação da chancelaria venezuelana que deu 72 horas para que o pessoal diplomático norte-americano deixe o país, devido ao rompimento de relações diplomáticas.
 
– 16 parlamentares democratas dos EUA, incluindo Alexandria Ocasio-Cortez, enviaram uma carta conjunta ao secretário de Estado, Mike Pompeo, criticando o que qualificaram de estratégia contraproducente dos EUA sobre a Venezuela. “Escrevemos para expressar nossa profunda preocupação no manejo das relações com a Venezuela por parte da administração Trump, em particular por suas sugestões de intervenção militar, imposição de amplas sanções unilaterais e o recente reconhecimento de um líder da oposição como presidente interino”, diz a carta. 
 
– O novo representante da ONU (desde dezembro) para acompanhar o desfecho da guerra da Síria – que já dura 8 anos -, Geir O. Pedersen fez seu primeiro relato para o Conselho de Segurança no dia de ontem (12). Ele disse em seu pronunciamento que “conflito está longe do fim”. A declaração se deu no mesmo dia em que três mil combatentes do Estado Islâmico (EI) se renderam na Síria.
 
– Itamaraty deve designar nos próximos dias o diplomata indicado para assumir a Embaixada brasileira em Washington. Quem está dando pitacos via twitter sobre o possível selecionado é Olavo de Carvalho.
 
De Brasília

Ana Prestes