Leci Brandão defende: água não é mercadoria!

Na última quarta-feira (20/3) a deputada Leci Brandão participou da abertura da audiência pública que debateu as implicações da Medida Provisória 868 de 2018, editada pelo então presidente Michel Temer, que prejudica profundamente o saneamento básico no Brasil. A audiência foi antecedida por um ato de lançamento da campanha unificada dos sindicatos contra as privatizações, encampada pelo Sintaema, Sindicatos dos Metroviários, Eletricitários, Urbanitários, entre outras entidades.

Assessoria deputada Leci Brandão

O ato aconteceu na rampa de entrada da Assembleia Legislativa de São Paulo. “Nós queremos agradecer o espaço cedido pela deputada Leci Brandão que, aliás, tem sido a parlamentar que sempre abre as portas desta Casa para nós”, disse José Antônio Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo).

De acordo com as entidades, a medida provisória altera o marco regulatório de saneamento no país, iniciativa que deve ser levada adiante pelo governo atual governo. “Isso significará a total desestruturação do saneamento básico porque visa atender tão somente os interesses privados e não os interesses da sociedade”, explicou Faggian.

Para Leci, a situação política do país tende a piorar e prejudicar ainda mais o povo. "O cenário não está promissor para questões sociais nesta Casa [Alesp]. Parece que o povo vai perder tudo o que conquistou”, refletiu a deputada diferenciando o que é consumo do que é direito humano. “Água é direito humano, não é mercadoria. Água é base da vida, não é produto, estamos falando de pessoas e não de consumidores", argumentou a deputada. Os ataques aos direitos dos trabalhadores também foram lembrados por Leci: “o trabalho de vocês é fundamental e as pessoas precisam respeitar. Ou o Brasil respeita o trabalhador, ou os trabalhadores vão ter que fazer uma nova revolução nesse país”.

Os sindicatos argumentam que a aprovação da MP 868/2018 significará tratar a água como qualquer outro produto comercializável, aumento da conta de água, perda de abastecimento de água e tratamento de esgoto em cidades pequenas e possibilidade de retorno de doenças já erradicadas. Isso porque as tarifas arrecadadas nas cidades mais ricas ajudam a garantir os serviços de água e esgoto para as cidades mais pobres. Com a MP 868, as cidades ricas, que mais arrecadam com a conta de água, vão ficar com as empresas privadas e as cidades pobres ficarão com as prefeituras ou com o Estado, que não terão condições de garantir água e esgoto para seus moradores.

Compuseram a mesa dos trabalhos Edson, da Frente Nacional de Saneamento, Francisca, da APU e Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp, Paulinho, do CEDAE (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro), e Gabriel, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

O evento foi transmitido, ao vivo, pela página Serviços Essenciais – Frente Contra as Privatizações no Facebook. Acesse!