Senador diz que MPF será acionado por causa de vídeo pró-golpe

A veiculação de um vídeo com propaganda do golpe de 1964 no site do Palácio do Planalto será objeto de uma representação junto ao Ministério Público Federal, afirmou nesta terça-feira (2) o senador Humberto Costa (PT-PE). Ele disse que o seu partido, juntamente com outras legendas, pedirá que sejam apuradas as responsabilidades sobre o episódio.

Plenário - Pedro França/Agência Senado

“Isso é um caso em que a estrutura pública é utilizada descaradamente para defender um reconhecido golpe de Estado, responsável por violações sistemáticas dos direitos humanos”, afirmou nesta terça o parlamentar.

O senador lembrou que a Procuradoria-Geral da República havia advertido de que comemorar aquela data seria ilegal: não só a Constituição estaria sendo desrespeitada, mas diversas leis posteriores, que também qualificam o regime militar como algo que não deve ser comemorado.

“A rede oficial do Palácio do Planalto terminou difundindo um vídeo que fazia apologia ao regime que torturou e matou e, como neste governo tudo é fake news, tudo é informação falsa, até mesmo o cidadão que aparecia no vídeo era um ator contratado para falar bem de um regime tão duro para o nosso país”, discursou.
Segundo ele, não há como eliminar a responsabilidade do presidente Bolsonaro. “Aliás, o vice-presidente da República (Hamilton Mourão), que estava como presidente em exercício, indicou claramente que a responsabilidade da veiculação daquele vídeo era do presidente Bolsonaro”, disse Humberto Costa.

Ele disse ainda que o fato causou constrangimento ao Brasil perante diversos países. Ele citou como exemplo as manifestações de representantes das Organizações das Nações Unidas (ONU) e do presidente do Chile, Sebastián Piñera, de constrangimento por declarações do presidente brasileiro.