Organizações denunciam situação de migrantes em Paris

 Várias organizações sociais e humanitárias paralisaram nesta terça-feira (9) suas atividades com o objetivo de denunciar a grave situação que os migrantes enfrentam na capital da França, questionando a falta de ações efetivas por parte do governo da França.

Migrante Paris

 “Há mais de três anos um ciclo infernal se instalou com acampamentos, desmantelamentos, dispersões e assédio no nordeste de Paris e sua periferia, com uma violência crescente”, indicaram em um comunicado entidades como o Seguro Católico, Médicos do Mundo e Emmaus France.

Depois de afirmar que o panorama é “dramático”, o texto lamentou a falta de ação por parte dos poderes públicos para encontrar soluções duradouras.

As organizações recordaram que a cada semana elas conseguem garantir a distribuição de cerca de 15 mil refeições entre os migrantes e oferecer 290 consultas médicas.

“Graças a esta gestão a situação não está pior ainda”, indicaram no texto.

No entanto, agregaram, as associações “não aceitam continuar substituindo um governo e um Estado frustrados, cujas ações condenam deliberadamente as pessoas a uma situação de perigo”.

Há alguns dias a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, chamou o Estado francês a adotar um plano de urgência para combater a proliferação de campos irregulares de migrantes nesta capital.

“A situação é alarmante”, advertiu a socialista em um comunicado, depois de visitar as aglomerações de migrantes sem documentos no nordeste da cidade, em zonas como a Porte de La Chapelle.

“Não compreendo por que o Estado permite que proliferem a indignidade e o caos nas portas da capital da França”, lamentou.

Hidalgo indicou que estas pessoas “estão obrigadas a viver em condições desumanas”, enquanto na cidade se produz uma “crise migratória alarmante”.

A prefeita indicou que aproximadamente 100 migrantes chegam a cada dia a Paris e não encontram lugares de acolhida, ou outras instituições que permitam uma melhor gestão do fluxo.

Com este ritmo de chegadas, acrescentou, “os acampamentos vão continuar crescendo e a situação sanitária irremediavelmente continuará se degradando”.