UNE prevê 50 mil no ato em Brasília contra a reforma da Previdência

O estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP), Iago Montalvão, 26 anos, candidato da União da Juventude Socialista (UJS) à presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE), era uma das lideranças que tentava entrar nesta quarta-feira (10) na Câmara dos Deputados a fim de acompanhar de perto a votação da proposta de reforma da Previdência.

Por Iram Alfaia

Iago Montalvão - Sthefane Felipa

Com o local fechado e protegido pela Polícia Militar do DF, estudantes, sindicalistas, servidores e movimento de mulheres aproveitaram para improvisar uma manifestação no local.

“A nossa luta! Unificou! É estudante junto com trabalhador!”, gritavam na frente da portaria do Anexo II ao mesmo tempo em que deputados da oposição negociavam a entrada deles nas dependências da Casa.

Ao Vermelho, Iago Montalvão avisou que o Congresso da UNE, que acontece até domingo (14) em Brasília, vai ajudar a colocar 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministério no próximo dia 12. Trata-se do ato unificado de estudantes, trabalhadores e servidores públicos contra os cortes na educação e a reforma da previdência.

“Olha nossa expectativa é muito boa nesse primeiro ato nacional. No Congresso da UNE estamos esperando cerca de 15 mil estudantes de todos os estados, somados aos trabalhadores e movimentos sociais de outros estados e do Distrito Federal, a gente espera que tenha pelo menos 50 mil pessoas no ato do dia 12”, calculou o líder estudantil.

Ele diz que o ato da próxima sexta é mais uma demonstração de força do movimento que começou nos protestos de maio contra os cortes na educação e da greve geral de junho. Para agosto, ele diz que a jornada de luta continua até que se revertam os cortes de verbas das instituições.

Previdência

Iago Montalvão diz que a reforma da Previdência é um debate fundamental para a juventude brasileira, porque as regras aprovadas vão “afetar essencialmente” esse segmento.

“Não é só por que vamos contribuir a partir de agora para se aposentar no futuro, mas também pelo fato de que essa reforma atinge atualmente os trabalhadores das universidades. Assim como a reforma trabalhista fez muitas universidades privadas demitirem professores para recontratá-los sob um novo regime”, argumentou.

Segundo ele, não há dúvida de que esse tipo de reforma impacta diretamente na qualidade da educação. “Então é isso que queremos esclarecer aos estudantes. Isso é o seu futuro, mas também o presente do seu professor e dos trabalhadores da educação, por isso nós estaremos juntos na luta”.