Livro revela como bebês foram sequestrados pela ditadura

O jornalista Eduardo Reina, autor do livro Cativeiro sem fim, que denuncia o sequestro de bebês pela ditadura militar, foi recebido por dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e da Fundação Maurício Grabois, nesta sexta-feira (26). 

Por Osvaldo Bertolino 

 

Cativeiro sem fim

Com ele estava Adriano Diogo, que fez um reconhecido trabalho na Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, revelando crimes do regime de 1964 como deputado estadual paulista (PT). Pelo PCdoB participaram os dirigentes Renato Rabelo (também presidente da Fundação Maurício Grabois), Ronald Freitas, Nivaldo Santana e Fernando Garcia (Fundação Maurício Grabois).


Ronald Freitas, Renato Rabelo, Fernando Garcia, Eduardo Reina, Adriano Diogo e Nivaldo Santana. 

O livro descreve, com base em uma apuração rigorosa casos de sequestros de crianças na região da Guerrilha do Araguaia, em área indígena e mais dois casos, nos estados de Pernambuco e Paraná. Segundo Reina, são crimes graves pelos quais os responsáveis pelo regime deveriam responder. Há casos em que os militares envolvidos são citados, com nome e sobrenome.

O livro traz também documentos que comprovam os crimes, como certidões de nascimento com nomes dos pais adotivos, sem registro dos nomes dos pais biológicos e sem os trâmites necessários para adoção de crianças no Brasil. Segundo Reina, houve 19 casos na região da Guerrilha do Araguaia, entre eles um filho dos guerrilheiros Osvaldo Orlando da Costa – o Osvaldão – e Antônio Theodoro de Castro – além de cinco índios Marãiwatsédé sequestrados.


Eduardo Reina na livraria-editora Anita Garibaldi.

Cativeiro sem Fim é uma publicação resultado da parceria entre o Instituto Vladimir Herzog e a Alameda Casa Editorial. A apresentação é do ex-secretário de Direitos Humanos Rogério Sottili e o prefácio foi escrito por Caco Barcellos. Pode ser adquirido também na livraria-editora Anita Garibaldi, na sede do PCdoB (Rua Rego Freitas, número 192, República, São Paulo capital). Um ato de lançamento está sendo preparado na sede do PCdoB.