Fernando Santa Cruz é homenageado no 13A: Herói dos estudantes

O desaparecido político, estudante e militante do movimento estudantil brasileiro, símbolo da resistência contra a ditadura militar, Fernando Santa Cruz, é homenageado nos protestos que acontecem em todo país nesta terça-feira (13). O nome do herói está estampado em camisetas, faixas, cartazes e palavras de ordem dos manifestantes convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

Concentração da Universidade Federal Fluminense em Niterói RJ - Foto: Rebeca Belchior

Recentemente, Jair Bolsonaro, numa tentativa de atacar o presidente da OAB nacional, filho de Fernando Santa Cruz, desonrou a memória da liderança que foi assassinada em 1974, dizendo que ele foi morto por "fogo amigo".

Cinco dias antes, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada ao governo, emitiu uma retificação de atestado de óbito de Fernando Santa Cruz, na qual reconhece que sua morte foi causada pelas Forças Armadas. Segundo o laudo, a morte ocorreu por violência, "causada pelo Estado Brasileiro".

Em São Paulo, estudantes concentrados no vão do MASP prestam homenagem ao herói nacional. 


Homenagem Fernando Santa Cruz em São Paulo-SP. | Foto: Elineudo Meira / @fotografia.75


    
O presidente da UNE, Iago Montalvão e da Ubes, Pedro Gorki seguravam cartazes em referência ao estudante morto pela ditadura.


Fotos: Maiakovski Pinheiro / Ubes e Karla Boughoff /Cuca da UNE

No início dessa noite (13), Rosalina Santa Cruz, irmã de Fernando Santa Cruz, participou da marcha com o DCE da UFF que leva nome do herói morto pela ditadura.


Foto: Rebeca Belchior / CUCA da UNE

Assassinato

Fernando Santa Cruz foi visto a última vez aos 26 anos, no Rio de Janeiro. Em 1992, um documento oficial revela que Fernando foi preso no Dops/SP no dia 23 de fevereiro de 1974, comprovando que ele estava sob poder das Forças Armadas no período que foi visto pela última vez. Vários depoimentos, inclusive de militares revelam que Fernando foi preso, torturado, morto e incinerado, junto a outros presos políticos, no forno da Usina de Açúcar “Cambahyba”, localizada no município de Campos, no estado do Rio de Janeiro.  

Vida e homenagens

Nascido em Recife-PE, Fernando participava do movimento estudantil desde a época secundarista. Mais tarde, como estudante de Direito na Universidade Federal Fluminense, participou do Diretório Central dos Estudantes e passou a militar na Ação Popular. Logo passou em um concurso público na Companhia de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, e por isso teve que largar o curso para mudar-se para capital paulista com sua esposa.