Moro escondeu bastidores do golpe contra Dilma, diz Jandira Feghali

Novas revelações do The Intercept Brasil mostraram que o então juiz Sergio Moro agiu para evitar que procuradores da Lava Jato apreendesse os celulares do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha no momento da sua prisão.

Por Iram Alfaia

Dilma e Moro

Além de evitar a exposição de conversas de Cunha com quem detinha foro, o que levaria o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), o conteúdo dos aparelhos poderia revelar os bastidores do golpe parlamentar que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República.

A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), diz que a ação de Sergio Moro escondeu dos brasileiros informações cruciais para entender o que se passava no país na época.

“Um ponto a se considerar: Moro ter impedido a apreensão do celular de Cunha não permitiu que tomássemos conhecimento dos bastidores do golpe contra Dilma. Financiadores do golpe e seus tentáculos. Moro tinha interesse em manter tudo na escuridão”, disse a deputada.

O mesmo entendimento tem a própria Dilma: “Independe da Vaza Jato. A pergunta é por que o ex-juiz Moro não queria que se revelassem as ignóbeis condições que cercaram o impeachment? Para proteger o governo ilegítimo de Temer? Proteger os cúmplices do golpe? Os financiadores do golpe? Setores da mídia que insuflaram o golpe?”

Em artigo, a ex-presidente afirmou que o ex-senador Roberto Requião tem razão ao entender que o privilégio que Moro e os procuradores da Lava Jato deram a Eduardo Cunha impediu que a sociedade brasileira tivesse acesso a um arquivo de informações reveladoras sobre o golpe, quem o financiou e quem foi beneficiado.

“A manifestação de Requião: ‘A não apreensão do celular do Cunha impediu que tomássemos conhecimento das articulações do impeachment da Dilma, que interesses o financiaram e a quem aproveitaria? É isto Moro? É isto Dalagnol?”