Bolívia teve votação com normalidade, diz Tribunal Supremo Eleitoral 

Cerca de 7 milhões de bolivianos foram às urnas neste domingo (20) nas eleições gerais que escolherão o próximo presidente do país, bem como a composição do Congresso bicameral de 166 assentos. A votação se encerrou às 16 horas (17 horas em Brasília). Segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), a votação ocorreu com normalidade, com poucos incidentes, e a apuração deve começar nas próximas horas. Favorito na disputa, o atual presidente Evo Morales busca seu quarto mandato consecutivo.

Evo Morales

Segundo as últimas pesquisas, Evo, candidato pelo Movimento ao Socialismo (MAS), aparece com 40% das intenções de voto – 18 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa, que possui 22%. Se esse resultado se confirmar nas urnas, ele pode vencer as eleições já no primeiro turno. De acordo com as leis eleitorais da Bolívia, para a eleição ser definida em um único turno, o vencedor deve ter 50% mais um dos votos ou conquistar mais de 40% e abrir mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.

Já pesquisas de institutos privados não indicam uma vantagem tão ampla para o atual presidente e apontam para as eleições mais apertadas da história recente do país. Além disso, em um possível segundo turno, as sete candidaturas de oposição – além da de Mesa – podem se unir para angariar mais eleitores.

A estratégia do governo se baseia em destacar os diversos avanços econômicos e sociais alcançados durante os quase 14 anos de Evo Morales. Eleito em 2005, o antigo líder indígena cocaleiro tem 59 anos e uma gestão repleta de números que comprovam um salto em diversos indicadores importantes para o país latino-americano. Segundo o Banco Mundial, 63% da população vivia abaixo da linha da pobreza em 2002. Em 2018, o número foi reduzido a 35%. Além disso, houve grande crescimento no PIB desde que Morales assumiu, partindo de US$ 9,5 bilhões para US$ 40,8 bilhões.

Carlos Mesa, principal opositor de Morales na disputa eleitoral, aposta em ataques ao governo para conseguir uma vitória nas urnas e se tornar o candidato que colocará fim aos 14 anos de governo progressista na Bolívia. Jornalista e historiador, Mesa governou o país entre 2004 e 2005, após a renúncia de Gonzalo Sánchez de Lozada. Com 66 anos, o candidato da Comunidade Cidadã – coalizão de pequenos partidos e movimentos civis – representa o setor da centro-direita.

Já a campanha de Evo continua a demonstrar os "fracassos de um passado neoliberal" dos governos anteriores. "A vitória do povo boliviano nas eleições do próximo domingo será a derrota do imperialismo e dos vende-pátria, será a derrota do neoliberalismo, do FMI e do Banco Mundial, da sua cartilha de privatizações", disse o presidente durante discurso no ato de encerramento de sua campanha na última quarta-feira (16/10). “Será a vitória dos que se unem, organizam e mobilizam contra a submissão ao estrangeiro, contra a pobreza e a desigualdade.”