Parlamentares criticam medidas de Bolsonaro para DPVAT e INSS

Enquanto isso, na Câmara, PEC que propõe prisão em 2ª instância torna-se prioridade

Márcio Jerry - Richard Silva

Deputados da ala lavajatista madrugaram nesta terça-feira (12) na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) na tentativa de acelerar a análise da PEC 410/2018, que trata sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Congressistas, no entanto, aproveitaram o momento para criticar a priorização da pauta diante das últimas medidas adotadas pelo Governo de Jair Bolsonaro.

No perfil oficial do PSOL no Twitter, o partido deixou clara a contraposição à extinção, em 2020, do seguro DPVAT – seguro obrigatório que cobria casos de morte, invalidez permanente ou despesas por acidentes de trânsito no país –, e a flexibilização das novas regras trabalhistas adotadas pelo Programa Verde e Amarelo, ambas anunciadas na última segunda-feira (11).

“Bolsonaro, no mesmo dia, anunciou que vai cobrar INSS de quem recebe seguro-desemprego e que acabou com o DPVAT, seguro para acidentes de trânsito que já indenizou ao menos 4,5 milhões de brasileiros só nessa década. É um projeto de poder criminoso de destruição total do país”.

Representante da sigla, Talíria Petrone (RJ) questionou a quem se destinam as políticas criadas pelo atual mandatário. “Cobrar INSS de desempregados e acabar com o seguro DPVAT são as últimas barbaridades de Bolsonaro. As prioridades desse governo nunca são para os mais pobres”, disse ela.

“Presidente Jair Bolsonaro demonstra uma espécie de obsessão em retirar direitos da população que mais precisa dos serviços públicos e amparo das políticas públicas. Essa do DPVAT agora é mais uma estupidez. É um serial killer de direitos do povo”, comentou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), a respeito da extinção do seguro.

Líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE) também criticou a falta de mudanças para a população, após dois anos de reforma trabalhista. “Retiram os direitos dos trabalhadores e não há geração de emprego em contrapartida. Ainda vem mais maldade por aí. Nosso povo está sendo condenado a uma semiescravidão”, disse ele.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou Jair Bolsonaro tem um alvo claro: os mais pobres. “Eles sempre tiram de quem não tem. Os desempregados agora irão bancar um programa do governo! Terão que repassar uma quantia mensal para que Bolsonaro continue favorecendo grandes empresas, fomentando a precarização do trabalho e promovendo o subemprego! Para acabar com o DPVAT, o governo alega que é para ‘evitar fraudes’. A lógica do Bolsonaro parece muito mais um desejo incontrolável de tirar direitos. Ele prefere acabar com as coisas do que resolver os problemas. Não seria mais fácil combater as fraudes?”, questionou.