Bolsonaro recua e suspende nomeação de fascista para Fundação Palmares

Em edição extra do Diário Oficial da União, o governo Bolsonaro suspendeu a nomeação do militante de extrema-direita Sérgio Camargo para o cargo de presidente da Fundação Palmares. Sua permanência no posto, contestada por lideranças dos mais diversos setores, não chegou a 15 dias. Na semana passada, a indicação já havia sido suspensa pelo juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará. A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu na segunda-feira (9). Mas o próprio governo recuou.

Sergio Camargo

Antes de ser indicado para o cargo, Sérgio Camargo, afirmou em suas redes sociais que o Brasil tem “racismo nutella” e que o “racismo real" existe nos Estados Unidos. Na terça (10), defendeu o fim do Dia da Consciência Negra e disse que a fundação responsável por promover a cultura de matriz africana no país não apoiaria a data comemorativa. Também escreveu que a escravidão foi “benéfica para os descendentes”. Na sequência, disse que “negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.

Além de negar haver “racismo real” no País, Camargo diz querer o movimento negro seja “extinto”. Ele chama artistas como Gilberto Gil, Leci Brandão, Mano Brown e Emicida de “parasitas da raça negra”. E defende que “pretos sejam levados à força para a África”.

O Diário Oficial também tornou sem efeito a indicação da arquiteta Luciana Rocha Feres para o comando do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Luciana havia sido indicada na quarta (11) para substituir Kátia Bogéa, exonerada do cargo de secretária do Audiovisual do governo Bolsonaro.