PSOL aciona Justiça pela demissão de chefe da Secom de Bolsonaro

Reportagem revelou que Fabio Wajngarten recebe dinheiro de empresas contratadas pela Secom por meio da FW Comunicação, da qual ele sócio.

O PSOL protocolou, nesta quinta-feira (16), uma ação popular na Justiça do Distrito Federal solicitando a revogação imediata da nomeação do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, e de seu Secretário Especial Adjunto, Samy Liberman.

A ação é assinada por Ivan Valente, líder da bancada do PSOL na Câmara, e Juliano Medeiros, presidente nacional do partido, e também pede a anulação de todos os atos assinados por Wajngarten a frente de Secom. 

Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que Fabio Wajngarten recebe dinheiro de emissoras e agências contratadas pelo governo Bolsonaro através da FW Comunicação e Marketing, da qual tem 95% das ações.

Emissoras como Record e Band pagam pelo serviço de “Controle da Concorrência” à empresa do chefe da Secom. Ao mesmo tempo, viram seus valores recebidos por propagandas governamentais – definidos pela Secom – dispararem.

O caso é uma evidente afronta à Lei de Conflito de Interesses. A lei diz que integrantes da cúpula do governo são proibidos de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões. A prática implica conflito de interesses e configura ato de improbidade administrativa.

Em resposta às denúncias, Bolsonaro atacou a Folha de S.Paulo, que divulgou o esquema de Fabio Wajngarten e garantiu que o chefe da Secom permanece no cargo. “Se foi ilegal, a gente vê lá na frente”, se limitou a dizer o presidente.