Com Guedes e Bolsonaro, dólar chega a R$ 4,30 e bate marca recorde

Só neste ano, a moeda americana já se valorizou em mais de 7%. Nos últimos 30 dias, a alta chega a 5,67%.

O dólar voltou a subir e encostou em novos níveis recordes nesta sexta-feira (7). Com alta de +0,37%, a moeda americana chegou, pela manhã, aos R$ 4,3011 na cotação máxima do mercado à vista frente ao real. Só neste ano, a moeda americana já se valorizou em mais de 7%. Nos últimos 30 dias, a alta chega a 5,67%. Em 12 meses – em que a economia ficou sob o comando de Paulo Guedes, ministro do governo Jair Bolsonaro –, a alta foi de 15,50%.

A reação hoje foi uma resposta à persistente valorização da moeda americana no exterior em meio a preocupações retomadas com a disseminação do coronavírus e após dados de atividade piores que o esperado na Alemanha e França.

No Brasil, o IGP-DI e o IPCA de janeiro mostram forte desaceleração ante dezembro, reforçando ainda o mal-estar com a recuperação lenta da economia brasileira. O IPCA de janeiro subiu 0,21% ante aumento de 1,15% em dezembro, ficando abaixo do piso das estimativas (0,31% a 0,56%). Já o IGP-DI subiu 0,09% em janeiro, após um avanço de 1,74% em dezembro, bem abaixo da mediana das projeções (0,28%) e dentro do intervalo das previsões do Projeções Broadcast (-0,09% a +0,60%).

Em evento no Rio, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse que a previsão é votar o “plano Mansueto” de ajuste fiscal em março. O ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em buscar apoio para um novo imposto sobre transações eletrônicas ou sobre “produtos do pecado” (como bebidas alcoólicas, cigarros, doces) para reduzir a tributação que as empresas pagam sobre os salários dos empregados.

Além disso, o governo segue sem definir se enviará a proposta de reforma tributária para o Congresso ou se aguardará a unificação das propostas (PEC) que tramitam na Câmara (PEC 45) e no Senado (PEC 110), segundo o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO).

Às 10h00, o dólar à vista subia 0,23%, cotado a R$ 4,2951. O dólar futuro para março avançava 0,28%, a R$ 4,2990, ante máxima maus cedo em R$ 4,3060. De acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, que acompanha nove das principais casas de câmbio, a moeda americana para turismo encosta em R$ 4,50 para compra em São Paulo – os valores variam entre R$ 4,44 e R$ 4,49.

Na quinta-feira, 6, os sinais de impacto do coronavírus na indústria brasileira contribuíram, com a valorização externa do dólar, para estimular a busca por proteção na moeda americana. Houve ainda saída de capital externo, seja por uma grande operação relatada por operadores, seja por estrangeiros deixando a Bolsa.

Com informações do Estadão

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