Cerco se fecha contra ministro da Educação

Weintraub é ministro só dele mesmo. Esse é o título de um editorial do jornal O Globo deste domingo (9). O insuspeito veículo afirma que o ministro é um militante extremista que não não está à altura das responsabilidades do cargo.

Weintraub

O ocupante do cargo faz parte de uma espécie de “cota” do bolsonarismo, uma reserva no governo para objetivos políticos e ideológicos do grupo no poder.

“O Ministério da Economia, de Paulo Guedes, por exemplo, enfrenta questões objetivas. Por exemplo, das reformas, em que estão em jogo pontos fundamentais relacionados à estabilidade econômica, ao crescimento e à geração de empregos”, diz O Globo, puxando a brasa para a sua sardinha neoliberal.

Já Bolsonaro e filhos, segundo o jornalão da família Marinho, “reservaram temerariamente cargos importantes também para ideólogos orgânicos da extrema direita”. “Entre eles, o economista e professor Abraham Weintraub, o segundo ministro da Educação do governo, substituto de Ricardo Vélez, de perfil semelhante”, ataca.

Segundo o editorial, Weintraub “dedica-se a travar a chamada ‘guerra cultural’, um tipo de briga de rua no mundo virtual”.  

O Globo afirma ainda que o ministro não ão procura dialogar e “não pode transitar na Câmara dos Deputados, devido à compreensível repulsa do presidente da Casa, Rodrigo Maia, e não apenas deste: acaba de chegar ao STF pedido de impeachment do ministro encaminhado por deputados e senadores”.

Weintraub também “não transita no meio universitário, nem tem diálogo com a comunidade de especialistas no setor, está isolado no MEC, bajulado apenas pelo presidente Bolsonaro e filhos”.

Pesquisadores e associações científicas

Outra fonte de pressão é a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que chegaram a enviar uma carta ao ministro protestando contra uma portaria que limitava participação de cientistas em congressos.

As entidades diziam que a portaria acarretaria em um “um risco iminente para missões bilaterais e grandes colaborações internacionais, nas quais a participação brasileira tem tido grande destaque.”

Weintraub revogou na quinta-feira (6), depois de uma série de críticas de pesquisadores e associações científicas.

O artigo 55 da antiga portaria 2.227 impedia que mais de dois representantes da mesma entidade ou órgão participassem de um congresso ou outro evento científico dentro do país, limitação que era reduzida para uma pessoa no caso de viagens internacionais.

A restrição era imposta mesmo para viagens não pagas pelo governo federal. Ela poderia ser flexibilidade apenas após autorização especial do MEC, em “caráter excepcional” e quando houvesse “necessidade devidamente justificada, por meio de exposição de motivos dos dirigentes das unidade.”