Viúva de Marielle diz que ex-policial morto era figura chave

Mônica Benício afirma que, com a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o caso fica mais difícil de ser elucidado.

Marielle Franco - Fernando Frazão/Agência Brasil

Em declaração ao O Globo, ela afirmou que Nóbrega era “figura chave para a elucidação de diversos crimes no Rio”. “Lamento que uma figura chave para a elucidação de diversos crimes no Rio tenha sido morto em decorrência de uma ação policial. Provavelmente ele possuía informações fundamentais para o esclarecimento de esquemas de corrupção ligados à família Bolsonaro”, declarou.

O jornal diz que procurou o Planalto, que afirmou que não vai se pronunciar. Flávio Bolsonaro também não se manifestou.

O PSOL divulgou uma nota cobrando uma investigação sobre as circunstâncias da morte do ex-capitão. O partido entende que o miliciano era “peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson”. “Seguimos exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade inato de Marielle e Anderson”, diz trecho da nota.

Apontado como autor de diversos homicídios, o ex-militar era um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro, inclusive com alerta vermelho da Interpol, informa O Globo.

O ex-policial militar foi localizado numa área rural do estado da Bahia, no município de Esplanada. A ação teve apoio da Secretaria de Estado de Segurança da Bahia. No início deste mês, a Policia Civil fez uma operação na Costa do Sauípe para prendê-lo, mas não o encontrou. Na ocasião, Adriano deixou para trás uma identidade.

Há cerca de um ano, segundo o jornal, o capitão Adriano vinha sendo investigado e monitorado pela inteligência da Secretaria de Polícia Civil, que conseguiu chegar ao paradeiro dele na Bahia. Com apoio operacional do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Bahia, foi realizada uma ação com o uso de helicóptero.

Segundo a polícia, Adriano era acusado de ser o chefe de um grupo criminoso formado por matadores de aluguel, que ficou conhecido como Escritório do Crime — investigado por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Ele era réu na Operação Intocáveis do Ministério Público do Rio (MP-RJ), que apura a milícia de Rio das Pedras.