O machismo no BBB e a organização das mulheres no mundo real

Assim como estamos tirando os homens tóxicos do programa, precisamos afastar das nossas vidas os machistas

Os participantes do BBB, Petrix e Hadson (Foto: TV Globo/Reprodução)

O Big Brother Brasil 2020 tem chamado atenção do público. Na terça-feira (3) o #ForaPetrix fez tanto sucesso pelo Brasil que, inclusive, algumas festas usaram esse tema para aguardar a eliminação de um dos participantes do programa.

Pra você que não assiste, aí vai um resumo: o programa possui anônimos e famosos, divididos entre homens e mulheres. Um dos integrantes da edição 2020, Petrix, foi indiciado com a acusação de assédio. Além disso, com parte dos homens da casa, organizou um plano de, mesmo tendo namorada “fora da casa”, iria dar em cima de duas participantes comprometidas para “queimar” suas imagens com o público, além dos já conhecidos comentários machistas e misóginos.

A maioria dos telespectadores, indignados, levantaram hashtags, votaram e fazendo textões sobre como era inadmissível que homens permanecessem na casa. Enquanto isso, em resposta aos machistas, as mulheres do programa também se organizaram e estão dando um show de sororidade.

Mas o que eu quero falar é que, para além do que tem acontecido na TV (e despertado tantas discussões importantes), nós mulheres da “vida real”, também precisamos nos organizar. Homens como os participantes da casa estão entre nós. Estamos rodeada de homens que nos abraçam e nos violentam sem que ao menos percebamos, que nos subjugam, que falam atrocidades nas rodinhas dos amigos. E isso não nos serve. Precisamos ajudar umas às outras, precisamos conversar com aquela amiga que está em um relacionamento abusivo e acha que não passa de superproteção do parceiro ou mesmo que não enxerga como, desde cedo, ensinam que nós, mulheres, somos inimigas uma das outras.

Seria fácil se falássemos apenas com quem concorda com a gente, mas é justamente por isso que o feminismo se faz necessário, é importante lutar pelas mulheres. Assim como estamos tirando os “homens tóxicos” do programa, precisamos também afastar das nossas vidas e dos espaços públicos os machistas que não permitem que sejamos protagonistas e vencedoras. A luta é árdua, mas quando a gente se junta, vale muito a pena!

*Josy Gomes é militante do Partido Comunista do Brasil no Maranhão.

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