Venezuela diz que Bolsonaro quer conflito armado

O presidente Nicolás Maduro disse nesta sexta-feira (11) que Jair Bolsonaro quer levar o Brasil a um “conflito armado” contra a Venezuela ao falar dos exercícios militares que serão realizados no fim de semana.

Nicolás Maduro, presidente eleito da Venezuela - Foto: Marcelo Garcia / Venezuelan Presidency / AFP

“Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano”, disse Maduro à imprensa internacional, segundo a agência AFP.

Ele se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar (sul, na fronteira com o Brasil) em 22 de dezembro.

Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.

Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de “fascista”, “está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso”.

“Há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela. E nós temos direito de nos preparar”, acrescentou, justificando assim os exercícios previstos para sábado e domingo.

Segundo o presidente venezuelano, 2,3 milhões de combatentes da Força Armada Bolivariana e da Milícia – corpo civil que atualmente integra a estrutura militar – serão mobilizados no “exercício Escudo Bolivariano 2020”.

“Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial”, detalhou.

Maduro reiterou seu pedido para Donald Trump não se deixar “enganar” por “falcões” e pela oposição venezuelana, dias depois de o presidente americano receber o golpista Juan Guaidó com honras de chefe de Estado e lhe prometer “esmagar a tirania” de Maduro.

“No dia em que os tribunais da República derem ordem de prender Juan Guaidó por todos os crimes que cometeu, ele irá para a prisão. Este dia não chegou, mas chegará”, alertou Maduro.