“Agressão é contra toda a imprensa”, diz Márcio Jerry
Ao citar a jornalista, Jair Bolsonaro fazia referência ao depoimento do ex-funcionário da Yacows, Hans River, empresa suspeita de disparo em massa de fake news para Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018
Publicado 18/02/2020 19:30 | Editado 18/02/2020 19:31
O deputado federal Márcio Jerry utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (18) para condenar mais um ataque de Jair Bolsonaro à jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello. Na manhã de hoje, diante de visitantes e repórteres que o aguardavam no Palácio da Alvorada, o presidente disse que “ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]”.
“Não podemos naturalizar ocorrências gravíssimas como esta de hoje, cometida pelo presidente, um presidente que parece não ter a dimensão do que é a Presidência da República. A agressão, vil, ultrajante à repórter da Folha é contra toda a imprensa brasileira e contra todas as mulheres do Brasil”, apontou.
Citando a defesa da família, evocada por aliados do presidente, o parlamentar maranhense ainda criticou a atitude de colegas da Câmara, que no Plenário tentaram justificar a fala de Bolsonaro, diminuindo a importância da liberdade de imprensa.
“O presidente e seus seguidores evocam com muita frequência o respeito às famílias, e vejam, não respeitam uma jornalista, uma mulher, e desta maneira agridem todas as mulheres, todas as jornalistas e todas as famílias do Brasil”, disse. “Espero que haja uma resposta desta Casa, das instituições brasileiras, porque não é possível que a gente aceite a normalização da barbárie, do vilipêndio, da esculhambação e do desrespeito a atitudes importantes, como a da imprensa”, completou.
A fala
Ao citar a jornalista pela manhã, Jair Bolsonaro fazia referência ao depoimento do ex-funcionário da Yacows, Hans River, empresa suspeita de disparo em massa de fake news para Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.
No último dia 11 de fevereiro, em depoimento à CPMI das Fake News, Jerry enquadrou o ex-empregado por não apresentar prova e mentir durante a acareação feita no Senado, a fim de desviar a atenção da opinião pública. No depoimento, ele também agrediu Patrícia Mello Campos, autora da reportagem que expôs o esquema criminoso de envio de mensagens.
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