Bancos dos EUA já preveem crescimento abaixo de 2% para o Brasil
A previsão oficial de crescimento do governo para 2020 permanece em 2,4%
Publicado 27/02/2020 18:09 | Editado 27/02/2020 18:10
Bancos de Wall Street reduziram, pela segunda vez no ano, as suas projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. Dessa vez, as previsões ficaram abaixo de 2%. O Bank of America Merrill Lynch cortou de 2,2% para 1,9% sua expectativa nesta quinta-feira (27), enquanto o JP Morgan diminuiu de 1,9% para 1,8%.
“O surto de coronavírus deve impactar negativamente as exportações. Dado o maior impacto esperado do vírus e os contínuos indicadores de atividade econômica sem sinal uniforme no Brasil, reduzimos nossa previsão em outros 30 pb (pontos base)”, afirmaram os economistas do banco, David Beker e Ana Madeira, em relatório publicada nesta quinta-feira.
Eles também reduziram previsão de inflação para 2020 de 3,2% para 3,2%, e a previsão do próximo ano para 3,7% de 3,6%, ambos se movendo ainda mais abaixo do que as metas de inflação do Banco Central de 4,0% para 2020 e 3,75% para 2021.
Já os economistas do JP Morgan disseram que o crescimento dos investimentos neste ano agora será menor em 5,0%, enquanto as exportações cairão 0,5% –ante previsão anterior de alta de 0,5%.
“Considerando tudo, vemos agora o PIB de 2020 subindo 1,8%, um décimo abaixo da nossa estimativa publicada no início deste mês”, escreveram.
A previsão oficial de crescimento do governo para 2020 permanece em 2,4%, embora o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, tenha dito à Reuters, em uma entrevista este mês, que a taxa pode ser revisada.
Alguns analistas do setor privado, como a empresa de pesquisa britânica Capital Economics, estão mais pessimistas, prevendo um crescimento de 1,5% este ano.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras autoridades disseram repetidamente que as reformas econômicas de direita do governo e as baixas taxas de juros produzirão crescimento de mais de 2% com folha este ano, com Guedes confiante em 2,5%.
Fonte: Reuters