Coronavírus: áudio atribuído a médico do Incor prevê caos em SP

Fábio Jatene, que também é professor da USP, teria participado de reunião de médicos infectologistas e pesquisadores com David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo

Nos próximos quatro meses, 45 mil brasileiros serão infectados pelo coronavírus apenas na Grande São Paulo. Até 12 mil pacientes precisarão de internação em unidades de terapia intensiva (UTIs). As informações constam de um áudio atribuído ao médico Fábio Jatene, professor titular da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas.

Nesta quarta-feira (11), Jatene teria participado, no próprio InCor, de reunião de médicos infectologistas e pesquisadores com David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo. No áudio que relata a suposta reunião – e que circulou nas redes sociais –, comenta-se o temor das autoridades paulistas com o rápido avanço da doença.

“O David disse que a partir de hoje os casos vão explodir no Brasil, porque já passou a ter a transmissão comunitária. Não é [só] quem foi viajar [que corre risco]. Agora, quem não foi viajar já está passando [o vírus] para o outro”, ouve-se na gravação. “Ele tinha razão, porque ontem [terça-feira (10)] tínhamos 35 casos. Hoje [quarta, 11], já temos 70.”

Uip, conforme o áudio, estaria preocupado com a iminente falta de vagas em UTIs, a ponto de hospitais já preverem o uso de centros cirúrgicos para a internação de infectados. Ele também teria dito, na reunião, que a população deve evitar qualquer viagem para fora do Brasil, devido ao risco de ficarem em quarentenas.

Em outro trecho do áudio, é cobrada uma atenção especial à terceira idade – segmento mais vulnerável ao coronavírus. Conforme o conteúdo vazado, a taxa de mortalidade é de “15%, 18%” entre idosos, ante um índice de 0,2% entre jovens. Como o potencial de transmissão de uma pessoa para outra é alto, “o ideal é entubar o doente o mais rápido possível”.

A crer no conteúdo do áudio, a boa notícia é que o surto terá fim em quatro meses e não voltará nos próximos anos. A informação teria partido do neurologista Ésper Cavalheiro, presente à reunião. “Quem tinha que contaminar, já contaminou”.

Da redação, com agências