Pressionado, Guedes lança pacote de R$ 147 bilhões

Guedes foi obrigado a anunciar investimento público para enfrentar ameaça de recessão com novo coronavírus.

O ministro da Economia, Paulo Guedes - Arte: Paula Cardoso (sobre foto de CJPress/FolhaPress)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta segunda (16) um conjunto de medidas para amenizar os impactos econômicos do novo coronavírus. O impacto das medidas é avaliado em R$ 147 bilhões.

De acordo com Guedes, o governo vai disponibilizar R$ 83,4 bilhões para a população mais vulnerável — como idosos, os mais afetados pela doença — e R$ 59,4 bilhões para a manutenção de empregos. O ministro da Economia de Bolsonaro disse ainda que se trata de “um esforço inicial” e que é possível o anúncio de novas medidas “a cada 48 horas”.

O ministro anunciou a antecipação da segunda parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para maio, o que deve representar incentivo de R$ 23 bilhões. Os valores não sacados do fundo PIS/Pasep serão transferidos para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Com a medida, Guedes avalia injetar R$ 12,8 bilhões de reais no consumo dos brasileiros. Outra ação é o reforço ao Bolsa Família, com possibilidade de inclusão de 1 milhão de novos beneficiários, com a qual o governo espera um impacto de R$ 3,1 bilhões.

Para fomentar a manutenção de empregos, o governo anunciou o adiamento do prazo de pagamento do FGTS e da parcela referente à União do Simples Nacional — cujos impactos somam, respectivamente, R$ 30 bilhões de reais e R$ 22,2 bilhões.

Serão disponibilizados ainda R$ 5 bilhões em crédito para micro e pequenas empresas e a redução das contribuições para o Sistema S por três meses, que desanuviarão a economia em R$ 2,2 bilhões. O governo também facilitará as exigências para a obtenção de crédito e a dispensa de documentação para renegociação das dívidas. O governo promete ainda facilitar a exportação de insumos e matérias-primas industriais.

Há alguns dias, atores políticos e economistas vêm apregoando a impossibilidade de fazer o país crescer sem investimento público. A ideia foi defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) antes mesmo do agravamento da crise do novo coronavírus, face ao crescimento de apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.

Com o surto e a classificação da situação como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as pressões sobre a equipe econômica se intensificaram e Guedes foi obrigado a anunciar um pacote de intervenção, a despeito de seu ideário liberal na economia.

Com informações da Veja

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