Bolsonaro volta a minimizar pandemia e é alvo de críticas

Bolsonaro voltou a chamar preocupação com pandemia de “histeria” e dará “festinha” para celebrar aniversário.

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Novas declarações de Jair Bolsonaro – que, em entrevista à Rádio Tupi nesta terça-feira, (17) voltou a minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus – causaram indignação nas redes sociais. 

Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que há “histeria” em relação ao Covid-19, que hoje matou o primeiro brasileiro, um homem de 62 anos. 

O presidente disse ainda que dará dois dias de festa para comemorar seu aniversário de 65 anos no sábado (21) e o da primeira-dama no domingo (22). Criticou também governadores que seguem práticas de isolamento recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmando que eles vão prejudicar à economia.

A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida (AC) afirmou que a crise do Covid-19 está levando empresários e políticos a se afastarem do “mito”. 

“O coronavírus pode ter sido o alerta para eles, pelo fato de que o capitão subestimou efeitos da pandemia no país; não participou da reunião dos presidentes sul-americanos e não obedeceu às recomendações que seu ministro fez”, postou a deputada no Twitter.

Também no Twitter, a deputada Jandira Fhegali (PCdoB-RJ), reconheceu o esforço ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta, no combate ao vírus. 

“Tenho divergências ideológicas, sim, com ministro, mas precisamos reconhecer que nesta crise do Coronavírus, é o único que está fazendo/pensando algo. O presidente, por sua vez, só atrapalha!!!”, escreveu a deputada. Para ela, o país está “sem comando”.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) compartilhou a entrevista e disse que, faca à gravidade da pandemia, a tática do presidente de atiçar suas bases parece não estar funcionando. 

“Tudo o que Bolsonaro faz é calculado para mobilizar sua manada nas redes sociais. Na irresponsabilidade com o coronavírus, o tiro parece ter saído pela culatra: os atos fascistas foram nanicos e a repercussão péssima. Bolsonaro encolheu e vai encolher mais”, previu.

Ex-candidato à presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos criticou o fato de o presidente falar em festa no dia em que sentido novo coronavírus fez a primeira vítima fatal. 

“Brasil teve hoje a primeira morte pelo coronavírus. Bolsonaro fala em ‘histeria’ e fazer ‘festinha de aniversário'”, disse. 

A deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou que boa parte dos casos confirmados do novo vírus é em membros da comitiva que acompanhou o presidente aos Estados Unidos. 

“O Brasil tem 234 casos confirmados de coronavírus, 5% do total são da comitiva que acompanhou Bolsonaro em Miami. E o presidente continua dizendo que é ‘histeria’ e debocha falando que vai fazer ‘festinha de aniversário’? A canalhice não tem limites!”, escreveu no Twitter. 

O deputado Helder Salomão (PT-ES) foi outro a fazer referência à insensibilidade do presidente. “Infelizmente, o Brasil registra a primeira morte pelo coronavírus. E o que o presidente faz? Fala em ‘certa histeria’ e diz que dará ‘festinha’ de aniversário. Pede pra sair, Bolsonaro! Você não tem a menor condição de governar o Brasil”.

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