Coronavírus: Itália soma 3.405 mortes e supera China; pânico cresce

Milhões de pessoas em todo o mundo buscam se adaptar às novas medidas para enfrentar a crise do coronavírus, que ameaça causar um desastre econômico prolongado

O número de mortos pelo surto de coronavírus na Itália aumentou nas últimas 24 horas em 427, totalizando 3.405 e ultrapassando o total de mortes até agora registradas na China, disseram autoridades nesta quinta-feira (19). Os números desta quinta-feira na Itália representam uma ligeira melhora em relação ao dia anterior, quando o país registrou 475 mortes.

Cerca de 3.245 pessoas morreram na China desde que o vírus surgiu no final do ano passado. O início do surto da Itália foi noticiado em 21 de fevereiro. O número total de casos na Itália subiu para 41.035 em relação aos 35.713 anteriores, um aumento de 14,9% – taxa de crescimento mais rápida do que a observada nos últimos três dias, informou a Agência de Proteção Civil.

Dos infectados originalmente, 4.440 haviam se recuperado totalmente, ante 4.025 no dia anterior. Havia 2.498 pessoas em terapia intensiva contra 2.257 anteriormente.

Milhões de pessoas em todo o mundo buscam se adaptar às novas medidas para enfrentar a crise do coronavírus, que não só está matando os idosos e vulneráveis – mas ameaçando causar um desastre econômico prolongado. “É um evento do tipo que acontece uma vez a cada 100 anos”, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, alertando que a crise pode durar seis meses, com seu país tornando-se o mais recente a restringir reuniões e viagens ao exterior.

A doença de disseminação rápida já infectou mais de 215 mil pessoas em 164 nações e causou quase 9 mil mortes, desencadeando interdições de emergência e injeções de dinheiro que não eram vistas desde a Segunda Guerra Mundial. “Nunca passamos por algo assim”, afirmou o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a um Parlamento quase vazio, com mais de 90% dos parlamentares afastados e uma pessoa com máscara e luvas limpando os corrimãos entre os discursos.

Existe alarme particularmente na Itália, que registra taxa de mortalidade alta e está convocando milhares de estudantes de Medicina para que entrem em ação antes da conclusão dos cursos e ajudem um sistema de saúde sobrecarregado. A França também relatou aumento nas mortes, elevando em 89 em 24 horas, para um total de 264.

Em todo o planeta, tanto ricos quanto pobres viram suas vidas viradas de ponta-cabeça por causa de cancelamento de eventos, comércio escasso, locais de trabalho esvaziados, ruas desertas, escolas fechadas e viagens reduzidas ao mínimo. “A higiene é importante, mas aqui não é fácil”, disse Marcelle Diatta, de 41 anos e mãe de quatro filhos no Senegal, onde anúncios emitidos em alto-falantes alertam as pessoas a lavar as mãos — mas a água é cortada com frequência em seu bairro pobre.

A crise está gerando uma onda de solidariedade em alguns países. Vizinhos, famílias e colegas se unem para cuidar dos mais necessitados, chegando a deixar suprimentos nas portas das pessoas forçadas a ficar em casa. Ao redor da Espanha, aplausos ecoam todas as manhãs às 8h, quando vizinhos que se isolaram agradecem os serviços de saúde por seu trabalho e cumprimentam uns aos outros.

Assustadas por uma recessão global inevitável, nações ricas estão liberando bilhões de dólares em estímulos para as economias, auxílio para os serviços de saúde, empréstimos para negócios ameaçados e ajuda a pessoas físicas. O dinheiro extra de governos e bancos centrais não bastou para acalmar os mercados: as ações e os preços do petróleo voltaram a sofrer abalos. Da Redação, com agências

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *