Flávio Dino cobra retratação de Eduardo Bolsonaro perante a China

Para o governador, o filho do presidente coloca o país numa situação delicada num momento crítico da economia e diante da pandemia do coronavírus

Eduardo Bolsonaro com seu pai, Jair - (Foto: Reprodução/ Facebook)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), classificou como irresponsável a agressão do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, culpando a China pela crise do coronavírus.

“Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”, publicou Eduardo Bolsonaro no Twitter.

Para o governador, o filho do presidente coloca o país numa situação delicada num momento crítico da economia e diante da pandemia do coronavírus.

“Economia brasileira vive momento de fragilidade. Um filho de Bolsonaro resolve agredir uma Nação, a China, com a qual o Brasil mantém relações diplomáticas e é o principal destino de muitas exportações brasileiras. Isso é uma irresponsabilidade. Uma retratação é necessária”, cobrou o governador.

“A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a @camaradeputados. @BolsonaroSP @ernestofaraujo @RodrigoMaia”, respondeu o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que repudiou a publicação do deputado e exigiu pedido de desculpas.

Além disso, a própria embaixada da China publicou uma mensagem na qual disse que a afirmação de Eduardo Bolsonaro é “extremamente irresponsável”. Ironizou, ainda, ao dizer que o parlamentar contraiu “vírus mental”.

“As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”, publicou a embaixada.

Relação Brasil-China

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as relações comerciais entre Brasil e China “têm se caracterizado por notável dinamismo”.

“Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS, G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente)”, afirma o Itamaraty em um texto publicado no site oficial.

Ainda de acordo com a pasta, o comércio bilateral entre Brasil e China saltou de US$ 3,2 bilhões em 2001 para US$ 98 bilhões em 2019 (em 2018 foram US$ 98,9 bilhões).

Com informações do G1

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