Economistas pedem emissão de dívida europeia para enfrentar crise

Economistas europeus querem solução conjunta para impactos da crise do novo coronavírus.

"Isto é um problema europeu e a solução deve ser europeia", defendeu economista Francisco Louçã

Economistas querem a emissão de obrigações da dívida europeia durante a crise do Covid-19. A medida foi defendida em uma carta aberta ao Conselho Europeu assinada por 300 economistas. A informação foi divulgada pelo jornal português Expresso.

O documento, que propõe emissão de dívida conjunta para financiar a resposta ao novo coronavírus, é assinado por nomes como o português Francisco Louçã, fundador do Bloco de Esquerda; pelo francês Thomas Piketty, famoso pela obra “O Capital no Século XXI” e pelo britânico Mark Blyth, da Universidade de Brown.

Francisco Louçã afirmou que “isto é uma crise europeia e exige uma solução europeia”. Se isso não ocorrer, argumenta, “o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a se impor”.

Os economistas defendem mesmo que a crise da Covid-19 poderá “destruir a zona do euro”, recordando que o Banco Central Europeu “afirmou que faria o que for necessário”.Por isso, e em tempo de “solidariedade”, os signatários da carta pedem um “instrumento comum de dívida” para mutualizar os custos, uma vez que o impacto do surto atingirá, expectavelmente, toda a Europa.

A proposta voltou a estar em cima da mesa esta semana, quando Angela Merkel admitiu, numa reunião extraordinária do Conselho Europeu, estudar soluções para partilhar os custos da crise a nível europeu – uma solução que foi discutida, mas nunca adotada, durante a crise econômica que afetou principalmente os países do sul.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, também defendeu solução em encontro de líderes europeus na terça-feira passada.

A agência de notícias Bloomberg noticiou ainda que a hipótese foi levantada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. A chanceler alemã teria assegurado que tinha pedido ao seu ministro das Finanças para analisar a situação.

Fonte: Expresso