Sem coordenação nacional, governadores enfrentam COVID-19

Em entrevista realizada neste sábado (21), Flávio Dino afirmou que o momento é de união e que a vida dos cidadãos é o bem fundamental

Em entrevista coletiva realizada na manhã deste sábado (21) o governador Flávio Dino (MA) foi enfático ao dizer que agora não é hora de brigar com a China nem com os governadores. “Agora é hora de brigar contra o vírus, preservar a saúde das pessoas, cuidar dos profissionais da saúde. Essa é uma atitude patriótica, séria e é isso que estamos esperando que o presidente da República passe a notar daqui pra frente enquanto ainda há tempo”, disse Dino.

Na coletiva ele disse que a vida é o bem fundamental e que essa deve ser a maior preocupação de todos. “Nós estamos preocupados com a vida das pessoas. A economia é importante porque ela serve às pessoas. Se as pessoas morrem e adoecem não tem economia que resista. Então nós temos que ter hierarquia de prioridades, nós temos que ter seriedade”, afirmou o governador.

Atuação dos governos estaduais

Sobre a união dos governadores neste momento crítico, Dino disse que o que os governadores de modo geral estão fazendo é suprir as omissões do Governo Federal em razão de atitudes equivocadas do presidente da República.

“Lamentavelmente em razão de uma visão extremista ele criou duas orientações: de um lado temos o ministro da saúde tentando trabalhar e dizendo que é grave. Do outro, o presidente da República atrapalhando o próprio trabalho do Ministério da Saúde e fazendo com que outros órgãos federais não ajam”, disse Flávio Dino ao exemplificar que precisou acionar a Justiça para fazer inspeção sanitária nos aeroportos maranhenses.

“O que nós desejamos, todos os governadores, é que o Governo Federal, marcadamente o presidente da República mude de atitude no atual quadro de crise sanitária e gravíssima crise econômica. É muito atípico e indesejável que até o presente momento não tenha ocorrido nenhuma reunião dos governadores. Porque nós não queremos fazer disputa política nesse momento, nós temos responsabilidade”, disse Dino.

Flávio ressaltou ainda que agora é a hora do presidente agir. “Por mais que nós, governadores, façamos a nossa parte não podemos fazer sozinhos, essa é uma solidão muito dura que nós enfrentamos hoje. Nós, os governadores, estamos nos coordenando em grupos de WhatsApp, em conferências quase que diárias exatamente para suprir essa ausência de coordenação nacional que nós esperamos que o presidente da República e toda sua equipe, não só o Ministério da Saúde, assumam.