Governadores do NE confrontam Bolsonaro e manterão isolamento social

Eles decidiram seguir orientações de autoridades em saúde pública, que adotam recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMC)

Governadores do Nordestes reunidos no ano passado (Foto: Divulgação)

Em carta pública, os governadores do Nordestes disseram nesta quarta-feira (25) que vão continuar com as medidas restritivas, a exemplo do isolamento social, para combater a pandemia de coronavírus nos seus estados.

Reunidos por videoconferência, antes da reunião com a mesma tecnologia com os demais governadores, eles defenderam o equilíbrio entre o combate à doença e a preservação da economia. Mas destacaram que a prioridade é salvar vidas.

Sendo assim, os governadores não aceitarão a orientação do presidente Bolsonaro para voltarem as atividades normais e se posicionaram contra o isolamento apenas de pessoas idosas.

Eles decidiram seguir orientações de autoridades em saúde pública, que adotam recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMC).

Sobre o bate-boca mais cedo entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avaliaram que não é o momento de adotar o enfrentamento com o presidente. Ao Estadão, alguns deles disseram que “o jogo político favorece a narrativa de Bolsonaro de que não é a pandemia do novo coronavírus que está em questão, mas uma luta de poder”.

O grupo considera que, neste momento, é melhor reagir com tranquilidade e evidenciar que o foco neste momento é apenas o controle da covid-19. Alguns governadores argumentam que Bolsonaro usa a disputa política como estratégica para criar um clima de tensão. A narrativa também é considerada um modo de Bolsonaro se colocar como “vítima” de uma ação coordenada com cunho político-eleitoral.

Trechos da carta

“Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual. Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região. É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise”.

 “Entendemos que cabe ao governo federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas. Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres. Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil”

Assinam o documento os governadores Rui Costa (PT, Bahia), Renan Filho (MDB, Alagoas), Camilo Santana (PT, Ceará), Flávio Dino (PC do B, Maranhão), João Azevedo (Cidadania, Paraíba), Paulo Câmara (PSB, Pernambuco), Wellington Dias (PT, Piauí), Fátima Bezerra (PT, Rio Grande do Norte) e Belivaldo Chagas (PSD, Sergipe).

Com informações do Estadão

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