Coronavírus: Pessoas em situação de rua são abrigadas no Castelão

Parceria entre governo do Maranhão e prefeitura de São Luís já acolheu 73 pessoas, ofertando aulas de educação física e terapia ocupacional durante o período de confinamento

Com avaliações médicas clínicas e psicológicas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem prestado assistência às pessoas em situação de rua abrigadas no Estádio Castelão, em cumprimento às medidas de isolamento social e prevenção ao novo coronavírus (Covid-19). O trabalho é realizado em parceria com a Prefeitura de São Luís, que já conseguiu acolher 73 pessoas, ofertando ainda aulas de educação física e terapia ocupacional como forma de ocupar o tempo durante o período de confinamento. 

De acordo com o coordenador do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas da SES (CAPS AD Estadual), Marcelo Costa, todos os dias são realizadas avaliações para monitorar o bem-estar dos abrigados. “O CAPS tem somado esforços com atendimento psiquiátrico, de enfermagem, psicológico e social. A ação segue determinação da SES, em conformidade com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), e permanecerá enquanto houver risco de infecção pelo Covid-19, principalmente aos socialmente mais vulneráveis”, disse Marcelo. 

Todas os beneficiados são submetidos a avaliações médicas e psicossocial. Durante o primeiro atendimento é feita ainda a triagem para identificação daqueles que necessitarem de medicamentos psicotrópicos para combater a abstinência pelo uso abusivo de álcool ou outras drogas, além de testes rápidos para doenças infecciosas como a tuberculose, sífilis e Hepatites. 

A ação realizada pelo serviço de saúde mental e reabilitação do estado tem o apoio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas). Também auxiliam nos cuidados mais quatro profissionais da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma), sendo dois médicos, uma enfermeira e uma psicóloga.   

Segundo a coordenadora Semcas, Rosedna Mara Millioli Pereira, o objetivo é que, passado o período de crise, as pessoas continuem no programa de acolhimento. “Estamos fazendo atendimento social e psicológico no intuito de, após a quarentena, os abrigados aceitem ser encaminhados a um local mais adequado. Dessa forma, conseguiremos dar prosseguimento à assistência dada durante o período de confinamento a fim de que não retornem para as ruas”, comentou. 

A ação, que começou na última sexta-feira (27), é porta aberta e diariamente tem recebido mais pessoas em situação de vulnerabilidade social. Leandro Teixeira Borges, de 34 anos, foi um destes que recorreu ao espaço. “Eu costumava ficar pela região do João Paulo e soube que estariam oferecendo abrigo. E com essa situação do Coronavírus, eu não quero ficar doente e também irei aproveitar esse período para sair daqui bem melhor e livre do uso de drogas”, compartilhou. 

A mobilização de assistência social tem recebido doações de kits de higiene pessoal e alimentação, mas ainda carece de itens como cobertores, toalhas e roupas. Para contribuir, basta se dirigir até o Estádio Castelão e fazer a doação a um dos cuidadores que permanecem 24 horas no local.