Nelson Teich queima na largada no combate ao coronavírus

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, queimou a largada ao afirmar, nesta quinta-feira (16), que não vai haver “alteração brusca” na política de isolamento social, mas ao mesmo tempo declarou que existe um “alinhamento completo” entre ele e o mito que ocupa a Presidência da República.

(Foto: PR)

Os propósitos são antagônicos.

Até as pedras da rua sabem que Bolsonaro galgou a condição de pária internacional por sabotar abertamente o “isolamento” e não esconder a intenção de promover um cavalo de pau na política de combate ao coronavírus defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), adotada no Brasil pelo Ministério e os profissionais da Saúde, comunidade científica, Congresso Nacional, STF, Governos Estaduais, Prefeituras, instituições democráticas e entidades representativas da sociedade civil, com as exceções que confirmam a regra.

Como o ministro não revelou a mágica que pretende fazer para defender a ciência e o conhecimento, contra a ignorância e o obscurantismo, seria ingenuidade não levar em conta que, livre de Mandetta, Bolsonaro vai aumentar a pressão para quebrar a corrente do bem.

Nesse sentido, para derrotá-lo e impedir a morte de centenas de milhares de brasileiros, é fundamental não esquecer, que, no dia 15 de abril, o STF decidiu por 9 a 0 proibir o governo federal de suspender ações dos governos estaduais e municipais contra o coronavírus, reconhecendo a competência destes para decidir sobre isolamento social, quarentena, fechamento do comércio, suspensão das aulas, definição de atividades essenciais, restrição de transporte, trânsito em rodovias e outras medidas necessárias ao combate à pandemia.

E que, como lembrou o ministro Gilmar Mendes durante esse julgamento, “a Constituição brasileira não dá ao presidente da República poderes para exercer política pública de caráter genocida”.

Fonte: Hora do Povo

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