PF chega a Carlos Bolsonaro como articulador do esquema de fake news

Matéria na Folha de S.Paulo revela que dentro da PF não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou o ex-diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02

(Foto: Reprodução)

Reportagem neste sábado (25) de Leandro Colon, do jornal Folha de S.Paulo, revelou que em  inquérito sigiloso conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a PF identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos articuladores do esquema criminoso de fake news.

Segundo a matéria, fontes dentro da Polícia Federal revelaram que não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, indicado pelo ex-ministro Sergio Moro, “porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02 e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos.”

“Para o presidente, tirar Valeixo da direção da PF poderia abrir caminho para obter informações da investigação do Supremo ou inclusive trocar o grupo de delegados responsáveis pelo caso”, diz um trecho da reportage.

E prossegue: “Não à toa, na sexta-feira (24), logo após Moro anunciar publicamente sua demissão do Ministério da Justiça, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo, determinou que a PF mantenha os delegados no caso.”

O jornal lembrou que o filho do presidente é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet.

A PF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP.

Indicação de Ramagem

“Para o lugar de Valeixo, no comando da PF, Bolsonaro escolheu Alexandre Ramagem, hoje diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Ramagem é amigo de Carlos Bolsonaro, exatamente um dos alvos do inquérito da PF que tramita no STF. Os dois se aproximaram durante a campanha eleitoral de 2018, quando Ramagem atuou no comando da segurança do então candidato presidencial Bolsonaro após a facada que ele sofreu em Juiz de Fora (MG)”, associou

Segundo a reportagem, Carlos foi quem convenceu o pai a indicá-lo para o lugar de Valeixo. “Os dois ficaram ainda mais próximos quando Ramagem teve cargo de assessor especial no Planalto nos primeiros meses de governo.

Segundo aliados de Moro, ao mesmo tempo que a PF avançava sobre o inquérito das fake news, Bolsonaro aumentava a pressão para trocar Valeixo.

“Nos últimos meses, o presidente pediu informações sobre os trabalhos da polícia, em reuniões e por telefone, de Valeixo. Segundo a Folha apurou, Valeixo ignorava os pedidos sobre dados sigilosos.”

Na matéria é feita a associação da relação entre os delegados. Atua no inquérito Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça, ​era o juiz da operação.

Maurício Valeixo, diretor da PF demitido por Bolsonaro, foi superintendente da polícia no Paraná no mesmo período e escalado por Moro para o comando da polícia.

Com informações da Folha de S.Paulo

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