Na Flórida, Trump sinaliza restringir voos do Brasil devido à pandemia
Presidente dos EUA demonstrou que sua boa relação com o governo de Jair Bolsonaro não impediria uma decisão drástica.
Publicado 28/04/2020 20:07
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou nesta terça-feira (28), durante coletiva ao lado do governador da Flórida, Ron De Santis, que sua boa relação com o governo de Jair Bolsonaro não impediria uma possível restrição de voos vindos do Brasil, devido à pandemia do novo coronavírus na América do Sul.
“Nós vamos fazer isso provavelmente. O Brasil tem um surto, como você sabe. Mas nós vamos tomar a decisão muito em breve. Estamos olhando para isso muito de perto”, disse Trump.
O governador da Flórida, por sua vez, adotou discurso mais cauteloso, visto que os brasileiros estão entre os principais grupos de turistas e de imigrantes legais em seu estado. “Eu estou preocupado todo o tempo com o Brasil e outros países que têm muita interação com Miami. A epidemia deve crescer [nesses países] com a mudança de estação”, ponderou.
Na sequência, ao falar de outros países com diferentes níveis de contaminação, Trump disse que o Brasil está prestes a chegar na categoria “de áreas muito infectadas”, o que levaria os EUA a adotarem restrições.
Entre 12 e 17 de março, o governo brasileiro enviou uma missão oficial para os EUA, ocasião na qual os presidentes Bolsonaro e Trump se encontraram. Pelo menos 23 pessoas que fizeram parte dessa comitiva foram diagnosticadas posteriormente com a Covid-19.
Sinal da Embaixada
Na semana passada, um comunicado da Embaixada dos EUA no Brasil já sinalizava essa tendência. O texto dizia que os estadunidenses que se encontram em território brasileiro deveriam “se organizar para voltar aos EUA” a não ser que estivessem preparados a permanecer no país “por um período indefinido”.
Até o presente momento, nove voos entre os dois países seguem em operação – todos eles saindo de São Paulo.
Em 2018, cerca de 1,2 milhão de brasileiros visitaram a Flórida. Segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou a marca de 5 mil mortos, num total de mais de 71 mil casos comprovados.
Com informações de agências