PIB dos EUA despenca com pandemia; 26 milhões pedem seguro-desemprego

Tombo de 4,8% no primeiro trimestre encerrou o maior ciclo de crescimento registrado pelo país

O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos teve, no primeiro trimestre de 2020, sua maior queda desde a grande recessão de 2008/2009. Reflexo das medidas de paralisação da economia para conter o surto do novo coronavírus, o tombo de 4,8% nos três primeiros meses do ano (na comparação com o primeiro semestre de 2019) encerrou o maior ciclo de crescimento registrado pelo país na história.

A queda reportada pelo Departamento de Comércio americano foi ainda maior que a prevista por economistas ouvidos pela agência Reuters. Eles projetavam uma contração de 4% no período de janeiro a março, ainda que as estimativas fossem amplas, a ponto de englobar previsões de queda de até 15%.

A retração do PIB (Produto Interno Bruto) reflete o mergulho da economia do país nas duas últimas semanas de março, período em que milhões de norte-americanos solicitaram seguro-desemprego. Desde o começo da crise do coronavírus, mais de 26 milhões de trabalhadores do país pediram o auxílio.

Esse indicador reforçava a visão de analistas de que a economia norte-americana já estava em uma profunda recessão. A maioria dos componentes do PIB, pela leitura de despesas, caiu profundamente, como é o consumo das famílias – responsável por dois terços da atividade econômica.

“A economia está em queda livre, podemos estar nos aproximando de algo muito pior que a grande recessão”, disse Sung Won Sohn, professor na Universidade Loyola Marymount, em Los Angeles. “É prematuro falar sobre recuperação neste momento, ainda vamos ver muita falência de pequenas e médias empresas.”

Muitas fábricas e negócios considerados não essenciais, como restaurantes, foram fechados ou obrigados a operar abaixo da capacidade em meio a quarentenas impostas para conter a pandemia. “Para trabalhadores que passaram a trabalhar de casa, é altamente improvável que a produtividade tenha se mantido a 100%”, afirmou Kwok Ping Tsang, professor associado da Virginia Tech College of Science.

Da Redação, com informações da Reuters

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