Novo diretor da PF é também amigo da família Bolsonaro

Após ter a nomeação para diretor-geral da Polícia Federal (PF) de Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, barrada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, Bolsonaro nomeou para o cargo Rolando Alexandre de Souza, subordinado de Ramagem na Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Rolando de Souza foi indicado a Bolsonaro pelo próprio Ramagem. O novo diretor da PF é atualmente secretário de Planejamento da Abin.

Para a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) o novo nomeado é outro amigo da família.

“Bolsonaro afronta a sociedade e as nossas instituições mais uma vez. Está ‘batendo o pé’ e não faz qualquer segredo em demonstrar que o critério para ser o novo diretor da PF, é ser amigo e, por conseguinte, protetor da sua família”, diz a parlamentar.

Inquérito da PF investiga a participação dos filhos do presidente num esquema criminoso de propagação de fake news.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) diz que enquanto o Brasil ultrapassa a marca de 7 mil mortes e mais de 100 mil infectados pelo coronavírus, a preocupação de Bolsonaro é salvar a sua familícia e seu mandato.

“Não tem nenhum plano para proteger a vida das pessoas nessa pandemia”, protestou.

O líder da Oposição na Câmara, deputado André Figueiredo (PDT-CE), também acredita que o governo quer blindar os filhos de possíveis investigações.

“Nomear o número 2 da Abin (quando o que queriam era o número 1) pra diretor-geral da PF é mais uma demonstração que Bolsonaro quer blindar os filhos das investigações. Até o nome já denuncia que vai rolando Alexandre (Ramagem)”, criticou.

“Bolsonaro acaba de nomear o braço direito de Alexandre Ramagem para o comando da PF. O presidente segue com seus ataques para tentar transformar a corporação numa polícia a serviço de sua família”, protestou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).