Revelações “ajudam a esclarecer obsessão pela PF”, diz deputado

Em entrevista à Folha, apoiador de Bolsonaro afirmou que clã soube da operação policial que alcançaria Queiroz, ainda antes do fim das eleições de 2018

Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) afirmou que as informações narradas pelo empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), neste domingo (17), ajudam a esclarecer a obsessão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

“Revelações do suplente do senador, Paulo Marinho (PSDB), inauguram mais um capítulo dessa longa novela de malfeitos graves da família Bolsonaro e ajudam a esclarecer a obsessão do presidente com a PF no Rio de Janeiro. Mais luzes também no conluio para eleger Bolsonaro”, comentou o parlamentar.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marinho afirmou que um agente da PF no Rio antecipou ao clã Bolsonaro que uma operação policial alcançaria o esquema criminoso chefiado por Fabrício Queiroz, assessor do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, ainda antes do fim das eleições de 2018.

Furna da Onça

Segundo o empresário, um dos maiores apoiadores de Jair Bolsonaro na corrida presidencial, a informação teria chegado à família ainda em outubro de 2018, fazendo com que a operação chegasse a ser adiada para poupar o presidente e sua família do escândalo.

Depois de vencer as eleições no dia 28 de outubro, apenas em 8 de novembro foi deflagrada a Operação Furna da Onça, em que tem início o caso de Fabrício Queiroz.

“Rachadinha”

De acordo com dados levantados junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o esquema de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, ajudou a financiar a construção ilegal de prédios erguidos pela milícia usando dinheiro público.

Sérgio Moro

O andamento das investigações têm fechado o cerco contra o filho de Jair Bolsonaro e seria um dos motivos para que o presidente tenha pressionado o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, pela troca do comando da instituição no Rio. A tentativa de ingerência de Bolsonaro na corporação foi o principal motivo para que Moro anunciasse sua saída do Governo, em abril deste ano.

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