Barroso deve pautar ações que pedem cassação da chapa Bolsonaro-Mourão
Barroso, que é o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que três ações devem ser pautadas nas próximas semanas. Declarou ainda ver “sem simpatia” manifestações de militares da reserva contra integrantes do STF.
Publicado 26/05/2020 14:14 | Editado 26/05/2020 14:15
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta terça-feira (27) que deve pautar nas próximas semanas as ações que pedem a cassação dos mandatos de Jair Bolsonaro (sem partido) e Hamilton Mourão (PRTB). Barroso, que é o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), falou sobre o assunto em coletiva online.
““Hoje terei uma reunião com os ministros, uma reunião preparatória, mas a regra geral é seguirmos a ordem cronológica dos pedidos de liberação pelos relatores. Uma que já teve início, por um pedido de vista do ministro Luiz Edson Fachin, provavelmente nas próximas semanas, uma, duas, três [semanas], essa ação deve estar voltando”.
Duas ações, que foram apresentadas pelos então candidatos à Presidência Guilherme Boulos e Marina Silva, estavam com Fachin e foram liberadas para a pauta. Os processos tratam do grupo, criado no Facebook, “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, que sofreu um ataque hacker na época da eleição e passou a se chamar “Mulheres com Bolsonaro #17”.
Barroso disse ainda que “uma outra, que o ministro relator já pediu pauta, em poucas semanas vai ser julgado”. O caso é relatado pelo ministro Og Fernandes.
Barroso também afirmou ver “sem simpatia” as recentes manifestações de militares da reserva contra integrantes do STF. O ministro, porém, disse que a cúpula das Forças Armadas tem adotado uma postura adequada diante dos atritos entre os Poderes.
“Vejo também sem simpatia quando começa a surgir nota de clubes militares, de militares na reserva. As Forças Armadas não podem se juntar ao varejo da política”, disse.
No fim de semana, um grupo de 90 oficiais da reserva do Exército divulgou uma nota de apoio ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, com ataques ao Supremo, à imprensa e falando em “guerra civil”.
O texto foi divulgado após Heleno divulgar uma nota antidemocrática em tom de ameaça, criticando um despacho do decano Celso de Mello, que enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedidos para apreender o celular do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o chefe do GSI, isso poderia trazer “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
Com informações do Poder360 e Valor Econômico