STJ começa a julgar federalização do caso Marielle Franco

A família da vereadora, assassinada em 2018, é contra a mudança nos responsáveis pela investigação do caso e convocou mobilização.

A vereadora Marielle Franco

Começou o julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja federalizada a investigação sobre o assassinato da vereadora e ativista de direitos humanos Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

Com a federalização, a investigação dos crimes sairia da esfera estadual, com atuação de Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro, e iria para esfera federal, a cargo da Polícia Federal e Ministério Público Federal.

A família da vereadora é contra a mudança nos responsáveis pela apuração e convocou um tuitaço para 14h, horário previsto para início da sessão no STJ, com a hashtag #FederalizaçãoNão.

“Sabem quem é a favor da federalização do caso Marielle e Anderson? Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, apontados como executores do crime. Mais um motivo para não federalizar e manter as investigações no RJ”, postou Anielle Franco, irmã de Marielle.

O Instituto Marielle Franco, a Coalizão Negra por Direitos, a viúva de Marielle, Monica Benício, e a viúva de Anderson, Agatha Reis, e mais 150 movimentos e organizações negras lançaram uma campanha por assinaturas contra a federalização do caso. Segundo o site FederalizacaoNao.org, foram coletadas 149.226 assinaturas. A página transmite ao vivo a votação sobre a federalização com comentários da advogada Sheila de Carvalho, da Coalizão Negra por Direitos.

“Nas últimas semanas, denúncias apontaram indícios concretos de que o Presidente da República tentou interferir na Polícia Federal do Rio de Janeiro para blindar sua família de investigações. Para piorar, nas últimas 48 horas, surgiu a notícia de que Flávio Bolsonaro recebeu informações privilegiadas da Polícia Federal para alertar o deputado sobre a investigação de esquema de corrupção em seu gabinete”, ressalta texto de apresentação da página na web.

“Já são dois anos sem respostas, em uma luta longa, dura e dolorosa pra tentar saber quem mandou matar Marielle e por quê. Como se não bastasse todo o esforço, estão tentando fazer com que a investigação do caso fique ainda mais distante de se concluir. Mas precisamos mostrar que somos milhares de pessoas que não confiam na federalização do caso. Temos pouco tempo para agir! Assine e mostre seu apoio!”, conclui o texto.

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