Congressistas cobram saída de ministro no Dia Mundial do Meio Ambiente

Para parlamentares, o ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro está a serviço do desmonte das políticas do setor. Legenda também entrou com pedido de investigação e afastamento de Ricardo Salles do cargo.

(Foto: Jorge William)

5 de junho marca o Dia Mundial do Meio Ambiente. No Brasil de Bolsonaro, a data não traz motivos para comemorações. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que mesmo em meio a uma grave crise sanitária, o desmatamento na Amazônia, por exemplo, continua crescendo. Em abril, o aumento foi de 63,75% em comparação ao mesmo mês de 2019, e a época das queimadas ainda nem começou.

Além disso, a famigerada fala de Salles durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, além de expor o real intuito do ministro à frente da Pasta, reforça a imagem negativa do país no exterior, inviabilizando, inclusive, os planos do governo de ampliar negócios com o resto do mundo.

Ao querer “passar a boiada” enquanto a imprensa e os brasileiros estão de olho no avanço da pandemia de coronavírus no país, Salles não deixou dúvidas – para quem ainda poderia ter alguma – sobre seu papel dentro do Ministério do Meio Ambiente. A resposta não tardou. Nos últimos dois dias, Holanda e EUA deram sinais de que não estão dispostos a fechar acordos com o país, por discordarem de decisões do governo.

Na Holanda, parlamentares se posicionaram contra o acordo entre União Europeia e  Mercosul. O risco ambiental foi usado como justificativa para ceder ao lobby de agricultores locais, uma estratégia que pode se repetir em um cenário de disputa comercial. Antes da Holanda, o Parlamento austríaco já havia pedido ao seu governo que se opusesse à assinatura do acordo, principalmente devido às dúvidas geradas pelos compromissos do Brasil com o meio ambiente. Outros países, como Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo, também expressaram reservas sobre o pacto, assinado em junho de 2019.

Nos EUA, um Comitê da Câmara dos Deputados enviou carta em que assume posição contrária a acordos com o Brasil.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Salles “está a serviço da destruição de nossas florestas, ecossistema e fauna” e deve sair da Pasta.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também defende a saída do ministro. “Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, vamos erguer a voz contra esse governo que quer destruir o Brasil. Essa boiada não vai passar, ministro! Resistiremos!”, afirmou.

Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) lamentou que “enquanto enfrentamos uma crise no país, o governo se aproveita para promover as políticas de destruição do meio ambiente, totalmente contra o desenvolvimento sustentável e a favor do lucro inconsequente”.

O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), considera Ricardo Salles o pior ministro do Meio Ambiente que o Brasil já teve. “Ele persegue fiscais, esvazia os conselhos dos órgãos de proteção e desmonta a legislação ambiental. E ele faz tudo isso a mando de Bolsonaro, que sempre quis acabar com o Ministério”, criticou.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a data é um ótimo dia para reiterar o pedido de impeachment do maior inimigo das nossas riquezas naturais. “Ricardo Salles, o antiministro, tinha que levar a sua ‘boiada’ para passar na cadeia! Nosso Meio Ambiente merece mais! Nossa celebração hoje, é Luta!, afirmou o senador.

Afastamento

No início desta semana, parlamentares do PCdoB, PT, PSol, PDT, PSB e Rede protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Salles. As legendas pedem que o ministro seja investigado e afastado do cargo por ter cometido crime de responsabilidade e improbidade durante sua gestão à frente da Pasta. Caberá à PGR decidir se dará prosseguimento à representação.

Fonte: PCdoB na Câmara

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Um comentario para "Congressistas cobram saída de ministro no Dia Mundial do Meio Ambiente"

  1. Informações precisas , com clareza .((***

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