Caso George Floyd: 74% apoiam protestos antirraciais nos EUA
Cresce percepção de que a brutalidade nas abordagens aos negros é um problema amplo
Publicado 09/06/2020 11:37 | Editado 09/06/2020 13:00
A ampla maioria dos norte-americanos apoia os protestos realizados nos Estados Unidos pelo fim da violência policial e do racismo, segundo uma pesquisa feita a pedido do jornal The Washington Post. O estudo apontou que 74% dos entrevistados concordam com os atos e 25% discordam deles.
As manifestações começaram após George Floyd, um homem negro, ser sufocado e morto em uma ação policial em 25 de maio. As manifestações se espalharam por dezenas de cidades do país e também em outros países. Após várias cerimônias de homenagem, Floyd será enterrado nesta terça (9) em Houston, cidade onde ele cresceu.
Em um recorte partidário, 87% dos democratas são favoráveis aos atos. Já entre os republicanos, 53% apoiam os protestos e 46% dizem ser contrários a eles. O levantamento mostrou que, nos últimos anos, mais americanos passaram a considerar que há “problemas amplos” na forma como a polícia trata os negros. Em 2014, 43% concordavam com a afirmação. Agora, 69% veem a questão dessa forma, em vez de avaliar que as mortes brutais que viram notícia, como a de Floyd, são exceções.
As percepções sobre a violência em meio às manifestações, como saques e depredações, também foram avaliadas. Apenas 10% culparam os ativistas por ela, 14% a polícia e 66% a atribuíram a “outras pessoas agindo de modo irresponsável”. A ação policial ao lidar com os atos foi aprovada por 50%, e 44% disseram avaliar que os agentes usaram mais força do que o necessário.
O levantamento também fez perguntas sobre a ação da Presidência. 61% desaprovaram as ações de Donald Trump, e 35% as aprovaram. Entre os republicanos, o presidente tem aprovação 72%. Metade dos entrevistados disseram preferir um presidente que enfrente a desigualdade racial, e 37% disseram querer um presidente capaz de restaurar a segurança. Trump atacou duramente os manifestantes, com ameaças de ataques físicos e de criminalizá-los como terroristas.
A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 7 de junho e ouviu 1.006 adultos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Com informações da Folha de S.Paulo