Covid-19: discrepâncias mostram país com 627 ou 729 novos óbitos

Brasil é o segundo do mundo em casos e mortes, com mais de 10% das vítimas do planeta. Avanço dos números tem sido rápído, com Goiás e Sergipe se destacando.

Estados nordestinso são os que mais apresentam explosão de casos de covid-19, em meio ao relaxamento da quarentena

O Brasil teve 627 novas mortes e 20.647 novos casos de covid-19 registrados nas últimas 24h, de acordo com atualização do Ministério da Saúde divulgada hoje (15). Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 43.959 falecimentos em função do novo coronavírus e 888.271 pessoas infectadas.

Já o levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa (G1, O globo, Extra, Estadão, Folha e UOL) junto às secretarias estaduais de Saúde mostra discrepância significativa contra os dados do Ministério da Saúde. Neste levantamento, o Brasil teve 729 novas mortes registradas em razão da covid-19 nas últimas 24 horas, aponta. Com isso, já passa de 44 mil o número de óbitos pela Covid-19 até esta segunda-feira (15) no país.

Quando a diferença era para menos nos veículos de imprensa, atribuia-se ao horário de divulgação, anterior ao Ministério da Saúde. No entanto, hoje, a imprensa divulgou antes do governo sua coleta de dados, e, mesmo assim, mostrou números maiores que aqueles do Ministério da Saúde.

O Brasil é o segundo país com mais casos e mais mortes no mundo, somente atrás dos EUA. O país concentra mais de 10% de todas as vítimas do planeta, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

Outro dado chocante é que o Brasil se aproxima dos 900 mil diagnósticos de covid-19 em alta velocidade: na última quarta-feira (10) os casos oficiais eram 775.184, o que significa um aumento de 116.372 em apenas cinco dias.

Boletim epidemiológico de covid-19
Boletim epidemiológico de covid-19 – Ministério da Saúde
  • A consolidação dos dados da imprensa também mostram 44.118 mortes; eram 43.389 até as 20h de domingo (14), uma diferença de 729 óbitos. E 891.556 casos confirmados; eram 867.882 até a noite de domingo, ou seja, 23.674 novos casos.

O balanço traz um aumento de 2,3% no número de casos em relação a ontem, quando o total estava em 867.624. Já as mortes aumentaram 1,4% em comparação com o dado de ontem, quando foram contabilizadas 43.332. Os registros são menores aos domingos e segundas-feiras em função da dificuldade de alimentação dos dados aos fins-de-semana, e quantidades maiores são registradas às terças-feiras em razão do acúmulo de notificações atualizadas no sistema.

A taxa de mortalidade foi de 21 falecimentos por 100 mil habitantes. Já a incidência (casos confirmados por 100 mil habitantes) ficou em 423. Do total, 432.060 pacientes estão em observação e 412.252 foram recuperados. 

Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (10.767), Rio de Janeiro (7.728), Ceará (4.999), Pará (4.201) e Pernambuco (3.886). Ainda figuram entres os com altos índices de óbitos em função da covid-19 Amazonas (2.512), Maranhão (1.499), Bahia (1.145), Espírito Santo (1.086), Alagoas (768) e Paraíba (656).

Os estados com mais infectados são São Paulo (181.460), Rio de Janeiro (80.946), Ceará (79.462), Pará (69.224) e Amazonas (56.777).

Em Goiás, aliás, o número chama a atenção. É de longe a maior alta registrada pelo estado em 24 horas. Segundo a secretaria estadual de saúde, o aumento se dá pela inclusão no sistema de dados represados da semana passada. São testes realizados no município de Rio Verde que ainda não haviam entrado no sistema.

O mesmo aconteceu em Sergipe, que registrou aumento expressivo de 1.707 casos de ontem para hoje. O estado já havia registrado mais de 1 mil novos diagnósticos entre sábado (13) e domingo (14), algo inédito nesta pandemia.

Consórcio da Imprensa

Os dados foram obtidos após uma parceria inédita entre veículos de imprensa concorrentes, que passaram a trabalhar de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal. O objetivo é que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus, devido a demonstrações de interesse político do governo na interferência na divulgação dos dados do Ministério.

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