Brasil terá recuperação mais lenta que 90% dos países, prevê FGV

Um agravante para o baixo desempenho da economia brasileira é que o país já crescia pouco mesmo antes da pandemia. O país estava atrás da maior parte do mundo: para se ter uma ideia, sete em cada dez países cresceram mais do que o Brasil no ano passado, ainda segundo o FMI.

A recuperação do mundo após a pandemia do novo coronavírus será mais difícil agora do que foi em recessões anteriores – e mais ainda para os brasileiros. Nove em cada dez países devem atravessar a crise melhor do que o Brasil, de acordo com levantamento que cruza previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) com a edição mais recente do Boletim Focus, a pesquisa semanal do Banco Central junto a instituições financeiras.

A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro desabe este ano e tenha uma recuperação tímida no ano que vem, com o impacto econômico das medidas de isolamento social implementadas para conter a Covid-19. No biênio 2020/2021, o PIB deve cair 1,6%.

O levantamento do pesquisador Marcel Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), aponta que o Brasil ficará na 171.ª posição entre 192 países. Na lista dos sul-americanos, apenas a Venezuela terá um resultado pior e deve ficar em penúltimo lugar. Enquanto isso, a China, onde a epidemia começou, poderá crescer 5,1%.

“O Brasil vive uma crise de saúde e uma crise política ao mesmo tempo, isso não tem paralelo internacional. O otimismo do começo do ano com o País ficou para trás e os principais agentes preveem uma queda forte para a economia nacional este ano”, avaliou Balassiano.

Ele lembra que as perspectivas do FMI e do Focus estão até otimistas, na comparação com outros agentes internacionais, como o Banco Mundial, que já espera uma queda de 3% para o país neste biênio. “O FMI deve fazer uma nova rodada de previsões no mês que vem e o desempenho esperado para o Brasil deve ser ainda pior.”

Um agravante para o baixo desempenho da economia brasileira é que o país já crescia pouco mesmo antes da pandemia. O país estava atrás da maior parte do mundo: para se ter uma ideia, sete em cada dez países cresceram mais do que o Brasil no ano passado, ainda segundo o FMI.

Com informações do Estadão