Congressistas pedem rigor da lei na ação da PF contra bolsonaristas

Polícia Federal cumpre 21 mandatos de busca e apreensão contra parlamentar, empresários e blogueiros aliados a Bolsonaro no inquérito sobre atos antidemocráticos

Por solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República), a Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta terça-feira (16) operação de busca e apreensão em cinco estados e o Distrito Federal tendo como alvo parlamentar, empresários e blogueiros aliados ao presidente Bolsonaro em inquérito sobre atos antidemocráticos.

Os 21 mandatos foram determinados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. As operações foram realizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no DF.

Entre os alvos estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que teve seu gabinete na Câmara dos Deputados, apartamento funcional e residência no Rio vasculhados pelos policiais. O blogueiro Allan Santos, do site Terça Livre, voltou a receber visita da PF na sua residência. Outro alvo foi o advogado Luís Felipe Belmonte, próximo de Bolsonaro e responsável pela fundação do partido Aliança pelo Brasil. O marqueteiro do partido, Sérgio Lima, também está sendo investigado. Na segunda-feira (15), o mesmo inquérito levou a bolsonarista Sara Winter para a prisão.

As operações da PF repercutiram entre parlamentares Congresso Nacional. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) diz que se trata de uma ação contra a quadrilha bolsonarista que financia a rede de notícias falsas e os atos fascistas contra a democracia. “Mais um dia importante para a defesa do Estado democrático de direito”, considerou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que as operações em vários estados tentam desbaratar o esquema criminoso de fake news e de sustentação dos atos contra a democracia. “É uma vergonha ver parlamentares no alvo, possivelmente por ajudarem de alguma forma esses crimes. Que a Justiça seja feita!”, disse.

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que a PF amanheceu na porta de suspeitos de financiamento e organização de atos antidemocráticos. “Não há espaço nem vez para os que atentam contra o regime democrático. Já passa da hora de dar um basta nas ações que violam os princípios constitucionais e atentam contra os poderes”, avaliou.

“Bolsonarista que usa dinheiro público para disseminar fake news, caluniar e difamar pode até tentar posar de defensor da liberdade de expressão, mas não passa de um criminoso comum. E nem adianta espernear, tá?”, escreveu no Twitter o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

O líder do PT no Senado, senador Rogério Carvalho (SE), avaliou as operações como um recado para Bolsonaro. “Bolsonaro fala uma coisa e faz outra, gera instabilidade política e o faz cair em descrédito. As instituições brasileiras veem os gestos do presidente no rigor da lei. Não dá para ignorar a proximidade dele com grupos paramilitares que fazem atos contra a democracia. Há risco para o Brasil”, argumentou.

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