Entregadores entram em greve nesta 4ª feira; conheça as reivindicações

Motoboys e ciclistas reivindicam mais segurança, alimentação durante a jornada de trabalho, taxas justas, licença remunerada em caso de acidentes

“Você sabe o quanto é tortura um entregador com fome tendo que carregar comida e o logo deles nas costas?”. O questionamento dos Entregadores AntiFascistas dá o tom das motivações da paralisação nacional marcada para a próxima quarta-feira (1), que cobra melhores condições de trabalho para entregadores de aplicativos delivery, como Rappi, iFood, UberEats, Loggi e James.

Paulo Lima, o Galo, líder dos Entregadores AntiFacistas, ficou conhecido por ampliar o debate em torno da precarização da atividade e é um dos apoiadores da greve. “Tem entregador que pedala, pedala, pedala o dia inteiro. O cara está tão preocupado em sobreviver que, quando chega 23 horas, ele esquece que tem que voltar pra casa. Sabe o que ele faz? Ele dorme na rua porque não aguenta pedalar 30 km pra voltar pra casa!”.

“A uberização do trabalho é global, não só dos entregadores. É impossível e nem devemos parar esse movimento, mas é preciso regrá-lo. Se querem crescimento, expansão, isso deve ser feito com responsabilidade”, disse Galo durante participação em uma live promovida nesta sexta-feira (26) pelo coletivo sindical e popular Travessia, que abordou a paralisação e o trabalho digital precário.

A categoria – que já lidava com a falta de assistência e direitos básicos – viu o cenário piorar em meio pandemia de Covid-19. Considerada atividade essencial, o serviço segue com alta demanda e baixa remuneração, enquanto os riscos, principalmente de contrair a doença, só aumentam.

Na paralisação, motoboys e ciclistas reivindicam mais segurança, alimentação durante a jornada de trabalho, taxas justas, licença remunerada em caso de acidentes, além do fim do sistema de pontuação e de bloqueios indevidos. Nas redes sociais, o perfil Treta no Trampo vem divulgando a importância de apoiar a mobilização e formas de consumidores de aplicativos contribuírem.

Veja quais são as reivindicações da paralisação nacional dos entregadores?

Aumento do valor por km

Com o aumento da demanda pelo serviço de entregada em meio à pandemia de Covid-19, os entregadores afirmam que o lucro dos aplicativos aumentaram, mas nenhum reajuste foi repassado aos trabalhadores.

Aumento do valor mínimo

Os entregadores reivindicam o aumento no valor mínimo de entrega para que possa ser compensado o deslocamento de cada um deles, tanto de bikers quanto de motoboys

Fim dos bloqueios por meio dos aplicativos

Segundo a categoria, aplicativos rastreiam participantes de protestos e movimentos e realizam bloqueios e desligamentos da plataforma

Fim da pontuação e restrição de local pela Rappi

Para os entregadores, a pontuação força o trabalhador a longas jornadas de trabalho, já que para conseguir mais corrida e acesso a determinadas áreas é preciso conquistar uma pontuação mínima por semana. Ou seja, quanto mais entregas, mais pontos acumulados.

Seguro de roubo e acidente

A categoria pede segurança contra roubos e em casos de acidentes durante a jornada de trabalho.

Auxílio-pandemia

Distribuição de EPIs e licença remunerada em caso de doença.

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Com informações do Ecoa (UOL)

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