Recessão na União Europeia será pior do que o previsto

A queda na atividade econômica dos 27 países-membros pode chegar a 8,3%, diz Comissão Europeia. Na Itália, pode atingir 11,2%. Enquanto isso, FMI previu queda de 9,1% para o Brasil, mas Guedes nega a realidade.

Os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 na União Europeia (UE) serão mais devastadores o previsto, segundo a análise mais recente da Comissão Europeia divulgada nesta terça-feira (7).

O Produto Interno Bruto (PIB) nos 19 países da zona do euro deve sofrer uma retração de 8,7% em 2020, um número significativamente maior do que a previsão anterior de 7,7%, divulgada em maio. Na avaliação envolvendo todos os 27 Estados-membros da UE, a queda deverá ser de 8,3%.

A atualização das previsões para 2020 gera novas preocupações com a saúde econômica do bloco, após meses de medidas de confinamento para conter a disseminação da Covid-19 que impuseram o fechamento do comércio, restaurantes e hotéis, entre outros setores. Muitas dessas medidas já vêm sendo gradualmente removidas nos países da UE.

Os países mais atingidos pela recessão econômica serão a França, Itália e Espanha. A contração do PIB nessas três nações deve superar os dois dígitos, chegando, respectivamente, a 10,6%, 11,2% e 10,9%. De acordo com a previsão, os efeitos deverão ser mais amenos na Alemanha, Holanda e Polônia. A economia alemã deve se retrair em 6,3%.

O ano de 2020 também deve ser duríssimo para o Brasil, como indica projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada em 24 de junho. Na ocasião, o organismo internacional previu uma contração de 9,1% da economia brasileira este ano.

No entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o FMI “vai errar” sua estimativa. Guedes não apresentou dados que embasem a declaração. O ministro insiste que o Brasil terá uma recuperação “em V” e que vai surpreender o mundo.

Recuperação incerta

Segundo a Comissão Europeia, “dados iniciais de maio e junho sugerem que já passamos pelo pior”. Entretanto, essas previsões se baseiam na presunção de que não haverá uma segunda onda da doença no continente, o que faz com que sejam cercadas de incerteza. Outro motivo de incertezas é a falta de um acordo entre a UE e o Reino Unido na questão do Brexit.

Entretanto, a recuperação do impacto gerado pela pandemia em 2021 deverá ser “levemente menos robusta” do que aquela prevista em maio pelo bloco, segundo uma declaração da Comissão.

Mesmo com as políticas adotadas nos níveis nacional e europeu para aliviar o impacto na economia, o bloco deverá voltar a crescer apenas em 2021. A zona do euro poderá ter uma expansão de 6,1% no próximo ano, enquanto na UE como um todo a recuperação poderá ser de 5,8%.

Já o crescimento previsto nos PIBs nacionais é de 7,6% na França, de 7,1% na Espanha, 6,1% na Itália, 6% em Portugal e 5,3% na Alemanha.

Os 27 líderes da UE negociam um acordo sobre o multibilionário pacote de ajuda que visa mitigar os piores efeitos da recessão gerada pela pandemia. Até o momento, nada de concreto foi acertado. O comissário europeu para Economia, Paolo Gentiloni, pediu que os países acelerem o consenso em torno do plano na próxima reunião dos líderes sobre a questão, marcada para a semana que vem.

Com informações da Deutsche Welle

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