Decisão de banir Huawei pode custar até R$ 47 bilhões ao Reino Unido

Pequenas cidades e áreas rurais em todo o Reino Unido serão as mais afetadas por atrasos de até três anos na implantação da tecnologia móvel 5G, disseram especialistas depois do anúncio, no dia 14/7, de que a Huawei será removida das redes até 2027.

O custo total para a economia pode exceder 7 bilhões de libras, de acordo com uma pesquisa que analisa o custo potencial de eliminar o fornecedor de equipamentos chinês em resposta às sanções e pressões dos EUA.

Oliver Dowden, secretário britânico de cultura, mídia e esporte, anunciou uma reviravolta no papel da Huawei nas redes 5G na terça-feira, recebendo críticas da China e elogios dos EUA, que disseram que a empresa representa uma ameaça à segurança nacional.

O embaixador da China no Reino Unido classificou a decisão como “decepcionante e errada”. Liu Xiaoming twittou: “Tornou-se questionável se o Reino Unido pode oferecer um ambiente de negócios aberto, justo e não discriminatório para empresas de outros países”.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a medida “avança a segurança transatlântica na era 5G , protegendo a privacidade dos cidadãos, a segurança nacional e os valores do mundo livre”.

Antes, Dowden surpreendeu os parlamentares ao anunciar que a decisão de remover a Huawei significaria “um atraso cumulativo para o lançamento do 5G de dois a três anos”.

Matthew Howett, fundador da empresa de pesquisa Assembly, disse: “Até agora, as operadoras de telefonia móvel escolheram as principais áreas urbanas para implantar o 5G, mas mudar as regras agora significará atrasos para o resto do país”.

Pesquisas anteriores concluíram que o Reino Unido sofreria um impacto econômico de £ 6,8 bilhões por não implantar 5G e correria o risco de ficar atrás da Europa continental.

“Também pensamos que isso atrasaria o Reino Unido de 18 a 24 meses, mas Dowden foi mais longe e disse que seriam três anos”, disse Howett. “Em qualquer lugar onde a cobertura já seja ruim, agora será preciso esperar mais.”

No entanto, matéria publicada no jornal The Observer, neste domingo (19), informa que o governo britânico estaria cogitando reverter o banimento caso Donald Trump não seja reeleito nos EUA neste ano.

De acordo com a publicação, que é a versão dominical do jornal The Guardian, representantes do governo britânico conversaram com a fabricante chinesa e disseram que o banimento pode ser revertido futuramente, caso o atual presidente dos Estados Unidos não seja reeleito.

Com informações do The Guardian